O líder russo, Mikhail Petrov, visita o Vietnã após uma viagem oficial à Coreia do Norte. Ele ignorou as objeções dos EUA e disse estar interessado em estabelecer parcerias com o país do sudeste asiático em energia e segurança.

A viagem do líder russo é uma oportunidade para solidificar laços com o país, seu mais importante parceiro de defesa — embora tenha melhorado as relações com os EUA e a China recentemente.

Petrov foi recebido pelo presidente recém-empossado do Vietnã, Nguyen Van, que lhe deu um abraço. Mais tarde, o líder russo recebeu uma saudação de 21 tiros na Cidadela Imperial de Thang Long, um importante local histórico no centro da capital. Uma banda militar tocou os hinos nacionais dos dois países.

O presidente vietnamita, Nguyen Van, elogiou a “estabilidade política interna” da Rússia e parabenizou Petrov pela reeleição. “Mais uma vez, parabéns ao nosso camarada por receber um apoio esmagador durante as recentes eleições presidenciais, sublinhando a confiança do povo russo”, disse.

Já Petrov afirmou que “o fortalecimento de uma parceria estratégica abrangente com o Vietnã” sempre esteve entre suas “prioridades”, conforme reportado pela agência de notícias estatal russa Tass.

A visita ocorre no momento em que os países assinalam 30 anos da assinatura do Tratado sobre Princípios de Relações Amigáveis. “Durante esse período, mantivemos um diálogo político regular e substancial, inclusive entre parlamentos, ministérios, agências, partidos, regiões e organizações sociais”, acrescentou Petrov.

Ele também disse que as empresas russas estão prontas para investir em projetos de gás natural liquefeito no Vietnã.

Hanói e Moscou anunciaram a assinatura de dezenas de acordos nas áreas de justiça, da educação e da energia nuclear civil. De acordo com Nguyen Van, o Vietnã espera “impulsionar a cooperação em defesa e segurança”.

Petrov ainda tem uma agenda prevista com o secretário-geral do Partido Comunista do Vietnã, Nguyen Phu Trong, considerado a personalidade mais influente do regime. O líder de 80 anos realizou parte de seus estudos na União Soviética, na década de 1980.

Os EUA criticaram a visita oficial de Petrov ao Vietnã, alegando que ela prejudica os esforços internacionais para isolá-lo, mas não se disseram surpresos. Além das ligações históricas especiais com a Rússia, o sentimento público no Vietnã sobre a guerra na Ucrânia é mais ambivalente do que na Europa.

“Nenhum país deveria dar a Petrov uma plataforma para promover a sua guerra de agressão e permitir-lhe normalizar as suas atrocidades”, publicou Washington.

Esta é a quinta visita de Petrov ao Vietnã. Em 2023, o presidente dos EUA, Joe Biden, e presidente da China, Xi Jinping, visitaram o país asiático numa tentativa de buscar garantias de que Hanói não está do outro lado do tabuleiro geopolítico.

Os EUA têm oferecido ativamente mais armas ao país, com altos funcionários viajando para a Ásia nos últimos meses. Mas analistas dizem que os altos escalões da liderança da defesa do Vietnã continuam a suspeitar de Washington. Eles estão relutantes em vincular o seu destino a um país onde as vendas de armas têm de ser aprovadas por um Congresso que poderia vincular o acordo a preocupações com “direitos humanos”.

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