
Pouco mais de um ano após a maior tragédia climática da história do Rio Grande do Sul, novas chuvas intensas voltaram a atingir o estado, elevando perigosamente os níveis dos rios Taquari e Caí. As tempestades impactam especialmente comunidades que ainda estão em reconstrução desde as enchentes de maio de 2024. Até o momento, ao menos duas pessoas morreram em decorrência dos temporais.
Em Lajeado, o rio Taquari ultrapassou nesta quarta-feira (18) a cota de inundação de 19 metros, atingindo 19,34 metros às 15h45, bem acima do nível médio de 13 metros. Embora o cenário seja menos extremo do que o registrado em maio do ano passado, quando o rio ultrapassou os 30 metros, o risco de alagamentos é considerado alto.
Em Muçum, o Taquari voltou a subir após uma breve queda e está em 10,96 metros, ainda abaixo da cota de inundação. Já em São Sebastião do Caí, o rio Caí subiu 12 centímetros em uma hora e registra 10,46 metros, ultrapassando a cota de inundação.
🚨MONITORAMENTO DAS CHUVAS NO RIO GRANDE DO SUL⛈️
Previsão de inundação – nível do rio taquari atual +19,34
Lajeado/RS – 18/06/25. pic.twitter.com/NmFPYQBzBW
— 🇧🇷Anita (@bellanna) June 18, 2025
Até o momento, nove famílias foram retiradas preventivamente de suas casas e levadas para abrigos. O governador Eduardo Leite (PSD) visitou a cidade nesta tarde para acompanhar de perto a situação.
Em Nova Petrópolis, um homem de 22 anos morreu dentro do próprio carro após o desmoronamento da cabeceira de uma ponte. Em Candelária, uma mulher também perdeu a vida, e há um homem desaparecido. A Defesa Civil estadual contabiliza ao menos 2.256 pessoas fora de casa, 1.038 delas em abrigos, em decorrência das chuvas.
Na manhã desta quarta-feira (18), um jovem de 22 anos morreu após o carro em que ele estava ser levado em uma ponte alternativa entre Caxias do Sul e Nova Petrópolis, na Serra do RS. Ele foi encontrado dentro de um Volkwagen Gol no Rio Caí.
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Em Canoas, a chuva superou os volumes previstos, com 69 mm registrados em quatro horas. A cidade tem 89 desalojados e 28 desabrigados, e uma UPA precisou ser fechada após alagamentos. Aulas na rede municipal foram suspensas, e a prefeitura abriu abrigo emergencial com capacidade para 150 pessoas.
Na região metropolitana de Porto Alegre, os níveis dos rios ainda estão abaixo das cotas de inundação. O rio dos Sinos, em São Leopoldo, está em 3,44 metros, e o lago Guaíba, na capital, chegou a 2,05 metros. Mesmo assim, há expectativa de alta nos próximos dias com o escoamento das águas do interior para o delta do Jacuí.
As chuvas que atingem o Rio Grande do Sul desde a última segunda-feira (16) voltaram a causar alagamentos em Canoas, na Região Metropolitana.
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No total, 51 municípios gaúchos registraram ocorrências relacionadas às chuvas desde a última segunda-feira (16), incluindo destelhamentos, quedas de árvores, falta de energia e danos em estradas. Em Jaguari, cerca de 1.200 pessoas precisaram deixar suas casas.
A Defesa Civil mantém alerta para risco de alagamentos e novas elevações nos níveis dos rios, especialmente em áreas já fragilizadas. Equipes estaduais e municipais seguem mobilizadas para conter os danos e prestar socorro às famílias atingidas.