VÍDEOS de Cid aumentam credibilidade da delação e prejudicam Bolsonaro, dizem aliados

Até então, Bolsonaro e seus apoiadores alegavam que Cid estava sob pressão e mudava seu depoimento conforme o avanço das investigações. No entanto, a divulgação dos vídeos teve um impacto muito maior do que a versão escrita da delação, tornando mais difícil questionar seu testemunho.

Com as gravações e a voz do próprio Cid, a percepção de que ele fala a verdade se fortalece. Nos vídeos, ele relata a pressão de Bolsonaro para que o Ministério da Defesa elaborasse um relatório que apontasse fraudes nas urnas eletrônicas e descreve detalhes da reunião em que foi apresentada uma minuta de golpe.

O ex-ajudante de ordens também menciona sua sensação de abandono, afirmando que foi o mais prejudicado entre os investigados, enquanto outros envolvidos já estavam aposentados ou haviam encerrado suas carreiras militares.

Em um dos trechos, Cid passa mal ao ser informado de que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou sua volta à prisão. O momento exato do desmaio não aparece no vídeo, pois aconteceu logo após a gravação, mas as imagens mostram o militar claramente abalado.

Além disso, a nova fase das investigações revelou contradições na postura de Cid. Antes da divulgação dos vídeos, Bolsonaro e seus aliados o apresentavam como vítima de perseguição do ministro Alexandre de Moraes.

No entanto, as gravações indicam que Cid não apenas confirmou informações já conhecidas pela Justiça, mas também trouxe novos elementos ao caso, especialmente depois que a Polícia Federal (PF) recuperou mensagens apagadas com o uso de um software especializado.

A exposição desse material fortalece as acusações da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Bolsonaro e seus aliados no caso da tentativa de golpe. Entre apoiadores do ex-presidente, há o reconhecimento de que as imagens dificultam a versão de que Cid teria sido coagido a delatar.

Pelo contrário, elas reforçam a tese de que ele foi uma testemunha direta dos acontecimentos e que suas declarações são baseadas em provas, incluindo mensagens e documentos apreendidos pela PF.

Confira outros trechos: