
Em nova radicalização do discurso, visando a Presidência em 2026, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), comparou pessoas em situação de rua a veículos estacionados em locais proibidos. Durante entrevista à rádio Jovem Pan na quinta-feira (5), Zema defendeu a criação de uma lei nacional para lidar com a população de rua de forma análoga à remoção de carros irregulares.
“Quando você para um carro em lugar proibido, ele é removido, guinchado. Agora fica morador de rua às vezes na porta da casa de uma idosa, atrapalhando ela a entrar em casa, fazendo sujeira, colocando a vida dela de certa maneira em exposição. E não temos hoje nada no Brasil que é efetivo”, afirmou o governador.
Zema voltou recentemente de visita a El Salvador, onde elogiou as políticas de segurança do presidente Nayib Bukele, conhecido por prisões em massa e acusado de violar direitos humanos.
“O que eles fizeram lá é o que o Brasil tinha que fazer. Eles enquadraram organizações e facções criminosas como organizações terroristas. E aí prender todos”, disse Zema, defendendo o uso do Exército no combate ao crime.
Veja a entrevista a partir deste trecho:
Zema, que busca se consolidar como pré-candidato à Presidência em 2026, tem intensificado o discurso alinhado ao bolsonarismo. Recentemente, ele relativizou a ditadura militar (1964-1985) e prometeu indultar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) caso seja condenado por tentativa de golpe.
“Não foram concedidos indultos a assassinos e sequestradores aqui, durante o que eles chamam de ditadura? Agora você não vai conceder?”, disse o bolsonarista em entrevista à Folha.
Em 2023, o governador comparou estados do Norte e Nordeste a “vaquinhas” pouco produtivas e chegou a compartilhar frase do ditador fascista Benito Mussolini em suas redes sociais.
Enquanto adota retórica linha-dura, os índices de segurança pioraram em Minas durante sua gestão. Dados do Atlas da Violência mostram aumento de 3,2% na taxa de homicídios em 2023, enquanto o país registrou queda de 2,3%.
Além disso, o contingenciamento de R$ 1 bilhão afetou as polícias mineiras, com racionamento de combustível para viaturas e suspensão de treinamentos básicos.