O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), foi vaiado ao mencionar a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), que foi privatizada por sua gestão, mas recebeu aplausos ao elogiar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela parceria na obra do túnel Santos-Guarujá. O episódio ocorreu durante evento realizado nesta quinta-feira (27) em Santos, no litoral paulista, onde foi assinado o edital da obra, que deve ser inaugurada em 2028.
As vaias começaram quando Tarcísio citou os investimentos previstos para a Baixada Santista em decorrência da privatização da Sabesp, medida que foi contestada pelo PT.
“A gente veio anunciar 7,5 bilhões de reais da Sabesp na Baixada Santista, porque, no passado, vários locais, vários bairros ficaram sem saneamento básico, ficaram sem o atendimento”, disse o governador, sendo interrompido pelo público. Lula, presente no local, fez um gesto reprovando as vaias.
Em seguida, Tarcísio elogiou a parceria com o presidente para viabilizar a obra do túnel, o que foi recebido com aplausos. “Presidente, eu quero agradecer o senhor porque, desde o início, quando começamos a conversa, o senhor colocou esse túnel como prioridade. Eu me lembro, presidente, que você falou: não tá na hora de ter disputa política, nós temos que atender o cidadão. E é isso que estamos fazendo agora”, afirmou. Veja:
O túnel Santos-Guarujá, esperado há quase 100 anos, será o primeiro túnel imerso da América Latina. Com 860 metros de extensão e seis pistas (três para cada sentido), ele ficará a uma profundidade de 21 metros e permitirá a travessia entre as duas cidades em apenas 1 minuto e 30 segundos de carro. Além disso, o túnel terá espaço para pedestres e ciclistas, ampliando as opções de mobilidade na região.
Atualmente, o trajeto entre Santos e Guarujá é feito por balsas ou pela Rodovia Piaçaguera-Guarujá, podendo levar mais de uma hora, dependendo do trânsito. A expectativa é que o túnel atenda a uma demanda diária de pelo menos 150 mil pessoas. O edital do projeto prevê uma tarifa semelhante à cobrada atualmente para a travessia por balsa, de R$ 6,15.
O evento contou com a presença de diversas autoridades, incluindo o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), ministros como Rui Costa (Casa Civil), o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), e o prefeito de Santos, Rogério Santos (Republicanos).
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