O ex-assessor e estrategista de Donald Trump, Steve Bannon, usou um evento com lideranças de extrema-direita de diversas partes do mundo para atacar a lisura do processo eleitoral no Brasil e nos Estados Unidos, além do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, por ter impedido Jair Bolsonaro de comparecer à posse de Trump nesta segunda (20).

Bannon afirmou que Moraes, um “comunista marxista” nas palavras do extremista, foi responsável por reter o passaporte de Bolsonaro – que é investigado pela tentativa de golpe de Estado em 2022, entre outros crimes.

“O presidente Bolsonaro, está aqui? Ele já apareceu? Não, e nós sabemos o porquê. Porque o comunista marxista no Brasil reteve o seu passaporte, e vocês sabem porque eles fizeram isso? Porque eles não querem que ele esteja em um palco mundial nos EUA, onde ele é muito amado por todo mundo, porque ele é um lutador pela liberdade”, alegou ele.

Na sequência, Bannon convidou ao palco o filho do ex-presidente brasileiro, deputado federal Eduardo Bolsonaro, a quem chamou de “figura importante” no movimento da ultradireita mundial. Bannon declarou que Eduardo, um dia, será presidente do Brasil.

Essa é uma das pessoas mais importantes no nosso movimento pela soberania ao redor do mundo. E acho que um dia, e num futuro não tão distante, [será] o presidente do Brasil”, comentou Bannon.

Eduardo, que está nos EUA para a posse de Trump, disse que o Brasil se espelhará nas ações dos Estados Unidos e devolverá a presidência a Jair Bolsonaro. Ele traçou paralelos entre a trajetória dos dois políticos e fez menção às eleições de 2020 e 2022, nos EUA e Brasil, quando os dois extremistas foram derrotados. Bannon, neste momento, retomou o microfone e disse que as “eleições foram roubadas” de Bolsonaro e Trump, num ataque frontal à lisura do sistema eleitoral nos dois países.

O deputado ainda chegou a criticar o atual presidente do Brasil, Lula, e citar o fato de seu pai estar inelegível até 2030, mostrando-se indignado com a situação.

“Você tem alguém condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, nosso atual presidente, Lula da Silva que está junto com Alexandre de Moraes. E meu pai não pode ser presidente porque ele reuniu-se com embaixadores e criticou o processo eleitoral?”, indagou Eduardo.

O encontro promovido por Bannon ocorreu na tarde de domingo (19). O almoço tinha o intuito de reunir todos os apoiadores do governo direitista dos EUA.

Bannon disse que o evento celebrava o “populismo e nacionalismo americano. Temos amigos em todo o mundo, este é um movimento global, é o movimento da soberania, para que as pessoas da classe trabalhadora e de classe média retomem sua soberania e seus países”, disse no início do discurso.

Ao citar as nacionalidades de alguns dos parlamentares presentes, Bannon destacou a Alemanha, e anunciou que será lá o próximo país que passará por uma mudança governamental. Neste momento, Bannon pediu que os representantes do movimento de direito na Alemanha se levantassem para uma saudação que, nas redes sociais, foi associada ao gesto nazista.

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Last Update: 20/01/2025