João Pedro foi preso um dia antes de ser assassinado por PM em Salvador. Foto: reprodução

Um policial militar é o principal suspeito de matar um adolescente de 17 anos e ferir um jovem de 19, no bairro de Ondina, em Salvador, na madrugada do último domingo (1º). A informação foi confirmada pela Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) nesta terça-feira (3), após a divulgação de um vídeo que flagrou a ação.

No dia anterior ao crime, João Pedro foi acusado de homicídio e ser um “puxador de bonde” para os criminosos locais. Ele foi preso pela Polícia Militar da Bahia e foi liberado horas depois.

As imagens, registradas por uma testemunha, mostram o policial não fardado e sem o carro da corporação. Ele rende as vítimas, João Pedro e Haziel Martins Costa, xinga e agride os dois jovens. Em seguida, o suspeito ordena que eles se ajoelhem, coloquem o rosto no asfalto e as mãos na cabeça.

Mesmo rendidos, ambos foram baleados com cerca de 12 disparos. João Pedro morreu no local, enquanto Haziel Martins Costa foi socorrido e levado ao Hospital Geral do Estado (HGE), onde permanece internado. O estado de saúde do jovem ainda não foi divulgado.

O policial prestou depoimento à Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) na segunda-feira (2) e foi liberado. No entanto, a Polícia Civil solicitou a prisão preventiva do PM, que ainda aguarda análise do Tribunal de Justiça da Bahia. O pedido de prisão não foi considerado urgente pelo plantão judiciário.

O corpo de João Pedro foi sepultado na segunda-feira (2), no Cemitério Municipal de Brotas, com protestos e pedidos de justiça. O pai do adolescente, que preferiu não se identificar por medo de represálias, afirmou que o filho não tinha envolvimento com a criminalidade e foi preso dias antes por desacatar um policial.

“Ali foi uma covardia. Os meninos estavam no solo e não podiam oferecer perigo nenhum”, disse o pai de João Pedro em entrevista à TV Bahia, filial da Globo.

“Podia ser o pior vagabundo rendido ali, ele não podia matar um ser humano. Era um menino bom. Não puxava bonde nenhum, graças a Deus. O policial o xingou, ele também xingou o policial e foi preso. Aí eu fui lá, liberou ele lá na Dercca, mas não teve nada demais”, desabafou.

Em nota, a SSP-BA informou que o caso está sendo investigado e que o processo administrativo disciplinar foi instaurado para apurar as circunstâncias do crime. “Ressaltamos que a instituição não compactua com qualquer conduta que desvie dos princípios éticos e legais que regem o serviço policial”, escreveu a Secretaria.

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Last Update: 03/12/2024