
O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) afirmou que os “grandes derrotados” com a rejeição de seu pedido de cassação são o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e seu antecessor, Arthur Lira (PP-AL). A casa decidiu, por 318 votos a favor e 141 contrários, suspendê-lo por seis meses.
Em entrevista ao UOL, o deputado disse que ambos trabalharam para cassá-lo, mas viram o plano fracassar. “Os grandes derrotados nessa história são dois. O Hugo Motta e o Arthur Lira”, afirmou. Segundo ele, a dupla também fracassou no plano para cassar Carla Zambelli (PL-SP) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e no plenário.
“Ela já estava cassada, já está inelegível por um período de oito anos e está presa na Itália. Agora, a justificativa de uma eventual cassação da Carla Zambelli, que não tem nenhum efeito prático de maneira mais robusta, pelo menos no que diz respeito ao desdobramento da sua atuação política, justificaria também ele me cassar, essa era a intenção, e, combinado com isso, a anistia voltada na prévia em relação aos golpistas e a manutenção da elegibilidade do Eduardo Bolsonaro. Esse era o plano. Só que o plano deu errado”, prosseguiu.
O deputado avalia que a derrota se consolidou quando a suspensão foi aprovada. “Quando eu não sou cassado, o Hugo Motta não consegue o cumprimento da cassação da Carla Zambelli. Então ele sai derrotado. Eles podem muito, mas não podem tudo”, acrescentou.
Glauber também responsabilizou Motta pelas agressões Polícia Legislativa no dia em que ocupou a Mesa Diretora e foi retirado à força. “O que ele fez, não se faz”, disse. Segundo ele, o presidente da Casa perdeu o respeito dos policiais ao ordenar a remoção e depois negar que tenha dado a ordem: “Pode ter certeza que ele não conta com respeito da Polícia Legislativa, a não ser que venha a pedir desculpas”.
O psolista disse sentir alívio após um ano e meio de tramitação do processo no Conselho de Ética, embora reconheça que a disputa não terminou: “Por um lado, estou aliviado. Mas sabendo que essa é só uma parte da tarefa”.
Ele afirmou que permanecerá na militância política, mas quer “ter mais tempo” para acompanhar o filho, equilibrando vida pessoal e atuação parlamentar: “Não vai ter como parar de jeito nenhum”.