
A Enel foi flagrada deixando dezenas de carros parados enquanto 1,38 milhão de pessoas seguem sem energia 24 horas após vendaval em São Paulo. A Prefeitura da capital notificou a concessionária e pediu uma explicação sobre os veículos.
O documento enviado pela Procuradoria Geral do Município cobra explicações para a “paralisação de frota” e afirma que a empresa deveria ter equipes nas ruas retirando galhos, árvores e reparando a rede elétrica. A Enel tem 48 horas para responder.
Segundo a prefeitura, apenas uma “fração reduzida” dos veículos circulava, mesmo diante do maior apagão já registrado na capital em anos. O Executivo afirma que problemas semelhantes ocorreram em 2023 e 2024 e que já havia alertado órgãos federais para a fragilidade da atuação da concessionária.
A administração lembra que enviou ofícios ao Tribunal de Contas da União (TCU) e à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) pedindo medidas contra a Enel e que chegou a solicitar o cancelamento da concessão.
TV Globo flagra carros da concessionária Enel parados dentro do pátio da empresa; mais de 1 milhão de pessoas amanheceram sem energia elétrica em São Paulo nesta quinta-feira (11) https://t.co/vbPvHvx8BH #g1 pic.twitter.com/dIHoBVpFSp
— g1 (@g1) December 11, 2025
O histórico de conflitos inclui ações no Procon e na Justiça. A prefeitura afirma que buscou responsabilização da Enel após apagões anteriores e entrou com ação exigindo um plano de contingência e cronograma preventivo para o período de chuvas.
A Justiça determinou que a empresa apresentasse essas informações, mas o novo blecaute reacendeu questionamentos sobre a efetividade das medidas. Em nota, a Enel afirmou ter mobilizado mais de 1.500 equipes e o mesmo número de veículos, alegando que mantém uma frota extra para evitar atrasos nas trocas de turno.
Segundo a empresa, os carros ficam nas bases para preparação a cada mudança de equipe. “A companhia dispõe de um número maior de veículos para que não ocorram atrasos”, disse a concessionária.
A Aneel também notificou a Enel por causa da demora no restabelecimento. A agência afirma que a concessionária tinha conhecimento prévio da formação do ciclone extratropical e quer explicações para a falta de preparo.