
Durante o julgamento que tornou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais sete aliados réus por tentativa de golpe de Estado, o ministro Flávio Dino, da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), criticou o comportamento de militares envolvidos nos atos antidemocráticos. O magistrado afirmou que alguns integrantes das Forças Armadas “são mais apaixonados por suas armas do que por seus cônjuges”, em referência aos eventos que antecederam o 8 de janeiro de 2023.
A declaração foi feita quando Dino lia seu voto a favor da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) e citava o caso dos condenados pela tentativa de explosão no Aeroporto de Brasília em dezembro de 2022.
“Lembro que muitos dos participantes eram policiais e membros das Forças Armadas. Esses, não há dúvidas: só andam armados”, afirmou o ministro, acrescentando: “Não conheço um que não ande armado, seja da ativa ou reformado”.
Dino, que foi governador do Maranhão e ministro da Justiça, descreveu com detalhes o que chamou de “cultura das armas” entre as forças de segurança: “Dormem com suas armas debaixo do travesseiro, dormem com armas na cama, dormem com as armas ao lado da mesa de cabeceira. Transportam para onde vão”.
“Há alguns que são mais apaixonados pelas suas armas que pelos seus cônjuges. Dormem com as armas debaixo do travesseiro. Dormem com as armas na cama” – ministro Flávio Dino
[lembrando que Jair Bolsonaro já disse que dorme com uma arma embaixo do travesseiro] pic.twitter.com/4Vxvfy2pcN— William De Lucca (@delucca) March 26, 2025
O voto do ministro integrou a decisão da Primeira Turma do STF que aceitou por unanimidade a denúncia da PGR contra Bolsonaro e sete aliados, incluindo os generais Walter Braga Netto e Augusto Heleno. Eles agora responderão formalmente por crimes como:
– Abolição violenta do Estado Democrático de Direito
– Golpe de Estado
– Organização criminosa
– Dano qualificado ao patrimônio da União
– Deterioração de patrimônio tombado
A fase seguinte do processo será a instrução, quando serão ouvidas testemunhas e analisadas as provas. Caso condenados, os réus, e principalmente Bolsonaro por ser considerado o líder do grupo, poderão enfrentar penas de prisão que podem chegar até a 35 anos.
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