
Nesta terça-feira (3), o presidente Lula (PT) afirmou que o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), terceiro filho de Jair Bolsonaro (PL), está nos Estados Unidos “lambendo as botas” de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, ao implorar por sanções contra magistrados brasileiros.
Fugido do Brasil desde março, Eduardo e Paulo Figueiredo Filho, neto do ex-ditador João Figueiredo, tem articulado com parlamentares de extrema-direita medidas de retaliação ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do processo que tem seu pai como réu por tentativa de golpe de Estado entre 2022 e 2023.
“É lamentável que um deputado brasileiro, filho do ex-presidente, está lá a convocar os EUA para se meter na política interna do Brasil. Isso que é grave!”, iniciou Lula, que completou dizendo que isso se trata de “uma prática terrorista e anti-patriótica”. “Um cidadão que é deputado renuncia ao seu mandato para ficar tentando lamber as botas do Trump pedindo intervenção na política brasileira”, emendou.
O presidente também apontou para a incoerência da família Bolsonaro ao questionar os votos que elegeram Lula ao cargo pela terceira vez em 2022. De acordo com apontamento do petista, o réu por golpismo só reclama da vitória de seus adversários, mas jamais contesta a eleição de seus filhos.
Lula engrossou o discurso contra os EUA e contra Eduardo Bolsonaro: “Anti-patriota, terrorista e lambe-botas do Trump”. pic.twitter.com/9AUSfOOFI6
— Abel Ferreira Comunista! (@AugustodeS62143) June 3, 2025
Reciprocidade aos EUA
Lula também mandou um recado direto aos EUA que pretende sancionar Moraes, em uma prática inadmissível, de acordo com o presidente.
“Eu acho que os Estados Unidos precisa apenas compreender que respeito à integridade das instituições dos outros países é muito importante. Um país não pode se intrometer na vida do outro, isso não tem cabimento”, iniciou antes de falar do “tarifaço” de Trump.
“Sobre a questão na taxação que foi feita em relação ao Brasil, primeiro nós vamos tentar gastar todo o tempo possível negociando [para reverter]”, explicou Lula convocando o vice-presidente do país, Geraldo Alckmin, e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.
“Segundo, se não houver um acordo, nós vamos vetar na Organização Mundial do Comércio ou vamos ter uma decisão de reciprocidade”, concluiu.