Militantes bolsonaristas, que se identificam como “exilados políticos” na Argentina, publicaram um vídeo convocando protestos contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para o 7 de setembro no Brasil.
Muitos desses militantes, que fugiram para a Argentina, estão envolvidos em investigações ou já foram condenados pelos ataques aos Três Poderes ocorridos em 8 de janeiro do ano passado. Entre eles, há indivíduos que abandonaram o Brasil após violar tornozeleiras eletrônicas. O vídeo mostra a maioria dos participantes revelando seus nomes e sobrenomes.
Além disso, alguns militantes estão organizando um ato em Buenos Aires no mesmo dia contra Moraes, que é responsável pelos processos relacionados à tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro.
O vídeo, que circula em aplicativos de mensagens na Argentina e no Brasil, apresenta 30 militantes adultos, com 26 deles sendo identificados pela primeira vez. A convocação para esses protestos se deu após a divulgação da reportagem da Folha de S.Paulo envolvendo Moraes.
Os bolsonaristas Luiz Venâncio e Daniel Bressan, que já haviam conversado com o UOL na Casa Rosada, mostraram suas solicitações de refúgio ao governo de Javier Milei e detalharam sua fuga do Brasil. O vídeo também inclui menores de idade, descritos como “filhos de exilados”.
Vale destacar também que os militantes aparecem no vídeo com bandeiras do Brasil e da Argentina ao fundo, exibindo pôsteres do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e fazendo referências a Deus e à Bíblia.
Os conhecidos
Miriam Gladis Lehman, que também aparece na gravação, foi detida durante os ataques de 8 de janeiro e enfrenta acusações de incitação ao crime e associação criminosa. Após ser liberada sob a condição de usar tornozeleira eletrônica e cumprir outras exigências, Lehman fugiu para a Argentina.
O músico Ângelo Sotero, de 59 anos, é outro foragido mencionado. Sotero foi condenado a 15 anos e meio de prisão por tentativa de golpe de Estado e associação criminosa armada durante os eventos de 8 de janeiro.
Jupira Silvana da Cruz Rodrigues, de 58 anos, residente em Betim (MG), também figura no vídeo. Condenada a 14 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado, deterioração de patrimônio tombado e associação criminosa, Rodrigues fugiu para o Uruguai antes de se estabelecer em Buenos Aires.
Eric Prates Kobayashi, conhecido como Paulistano, também está presente no vídeo, se descrevendo como “vítima”. “Sou vítima do dia 8 de janeiro de 2023, e minha confiança é somente em Deus”, diz ele.
Paulistano, que gravou um pagode de viola sobre sua experiência na penitenciária da Papuda em Brasília, foi preso por sua participação nos ataques aos Três Poderes.
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