
Léo Lins criticou a sentença da Justiça Federal que o condenou a 8 anos e 3 meses de prisão por discursos preconceituosos contra “diversos grupos minoritários”. Em vídeo publicado nas redes, o humorista atacou a juíza responsável pelo caso e classificou a condenação como um ataque direto à liberdade artística. “Esse vídeo não é de piada. É a pessoa Leonardo de Lima Borges Lins, não o comediante”, declarou.
Segundo ele, a juíza utilizou como base teórica a Wikipédia. “Sabe qual foi um dos embasamentos teóricos da juíza que me condenou a mais de 8 anos de cadeia? A Wikipédia. E isso não é uma piada”, afirmou. Ele comparou a confiabilidade do site com os avisos em seus shows de stand-up.
Lins defendeu que suas piadas não podem ser interpretadas literalmente e citou o autor Simon Quittley para argumentar que o humor utiliza recursos como ironia e hipérbole. Ele ainda criticou o que chamou de “cegueira racional” da sociedade, dizendo que as pessoas estão deixando de interpretar o conteúdo e agindo apenas com base na emoção. “Estamos vivendo uma epidemia da cegueira racional”, disse.
O humorista questionou o trecho da decisão que menciona a publicação de piadas no YouTube e ironizou que, com esse critério, atores poderiam ser punidos por cenas vistas fora do cinema: “A partir de agora, se eu ver uma comédia romântica, eu posso processar os atores por atentado ao pudor”.
O comediante também atacou a classe política e os escândalos de corrupção, ironizando que, se piadas causam crimes, então quem cometeu desvios pode ter sido influenciado por piadas sobre o tema. “A culpa não é dele”, disse, citando casos como o do INSS.