Em uma reunião acalorada no Conselho de Segurança da ONU, realizada nesta sexta-feira (20), os embaixadores de Israel e do Irã trocaram duras acusações que aumentam a tensão geopolítica no Oriente Médio. O encontro, que tinha como objetivo discutir o avanço do conflito entre os dois países, expôs a fragilidade diplomática em meio ao risco crescente de escalada militar.
Danny Danon, representante de Israel, foi enfático ao afirmar que o país não irá interromper os ataques até que a ameaça nuclear iraniana seja desmantelada. “Não pararemos. Não até que a ameaça nuclear do Irã seja eliminada, sua máquina de guerra desarmada e nosso povo esteja seguro”, declarou o embaixador israelense diante dos demais membros do Conselho.
Em resposta, o embaixador iraniano Amir Saeid Iravani acusou Israel de crimes de guerra por ataques recentes a instalações nucleares do país. Iravani pediu que o Conselho de Segurança tome medidas contra Tel Aviv e expressou preocupação com a possibilidade de os Estados Unidos entrarem no conflito. “Estamos alarmados com relatos confiáveis de que os EUA podem se juntar a esta guerra”, alertou.
Durante a sessão, Israel acusou o Irã de “fazer papel de vítima” enquanto promove ameaças contra diversas nações. Danon citou declarações anteriores de autoridades iranianas contra os EUA, países europeus e o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu. “O Irã é uma máquina de guerra”, completou.
O Irã, por sua vez, sustenta que suas ações são apenas medidas de autodefesa contra o que chama de agressões contínuas de Israel. Iravani reforçou que o país não tem intenção de iniciar uma guerra regional, mas se reserva o direito de responder a ataques contra seu território e infraestrutura.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, também se manifestou durante a reunião e pediu uma “chance à paz”. Ele alertou para o risco de que a retórica agressiva de ambos os lados leve a um conflito armado de maiores proporções, com consequências graves para toda a região do Oriente Médio.
Enquanto isso, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou que instalações nucleares iranianas foram danificadas em recentes ataques.
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