
A jovem influenciadora iraniana Alavi Nilofar viralizou nas redes e tem causado revolta após gravar vídeo mostrando o dedo do meio para Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel. O conteúdo foi divulgado no Instagram, onde ela tem mais de 50 mil seguidores.
A rede social é bloqueada no Irã, mas muitos usuários usam VPN para acessar a plataforma. Recentemente, o governo iraniano orientou que cidadãos deixassem de usar os aplicativos da Meta, apontando que eles estariam enviando dados para Israel.
O vídeo foi gravado em frente à Torre Milad, que tem 435 metros de altura, a mais alta do Irã. Nas imagens, ela manda um “fuck you” (“vai se f**er”, em português) a Netanyahu em meio aos bombardeios das FDI (Forças de Defesa de Israel) e afirma que está vivendo normalmente.
Iranian girl : They told us to evacuate our city, but we’re not going anywhere and we’re living our lives — unless you take our bodies out of here. Down with Israel and FUCK YOU Netanyahu 😂 ( watch till the end)
That was beautiful 🇮🇷❤️ pic.twitter.com/kHOvExTtG4
— Leyla 🇮🇷 (@laylaaaa_1992) June 18, 2025
Além da ofensa a Netanyahu, o que chamou atenção nas redes foi o fato de Nilofar não usar hijab, vestimenta que cobre a cabeça e o corpo de mulheres. A peça não é obrigatória no país desde os protestos que ocorreram entre 2022 e 2023 em Teerã.
Apesar dos avanços neste sentido, um relatório da organização internacional Human Rights Watch, de Londres, na Inglaterra, apontou que as mulheres ainda “enfrentam profunda discriminação em questões de status pessoal relacionadas a casamento, divórcio, herança e decisões relacionadas a filhos”.
“O marido tem o direito de escolher o local de moradia da família e pode proibir a esposa de exercer certas ocupações se as considerar contrárias aos ‘valores familiares’”, diz a organização, citando um exemplo do Código Civil local.
A Human Rights Watch ainda aponta que mulheres casadas não podem obter passaporte e viajar para o exterior sem autorização escrita do marido e que o Código Civil do país permite que meninas de 13 e meninos de 15 anos se casem.