
Eliane Cantanhêde e Guga Chacra discutiram ao vivo no programa “Em Pauta”, da GloboNews, nesta quarta (21). Ele tentou passar pano para os golpistas que atacam o Supremo Tribunal Federal (STF) e espalham fake news sobre fraude nas eleições, mas levou uma invertida da colega.
Os dois jornalistas discutiam as ameaças de sanções do governo dos Estados Unidos contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e Guga disse que existia uma percepção entre autoridades americanas de que o magistrado estaria “calando” jornalistas no Brasil.
“Liberdade de expressão não é o direito de você atacar as pessoas ou instigar a sociedade contra as instituições, as eleições, a Constituição e representantes do Supremo”, rebateu Cantanhêde. Ela ainda disse que o ministro “desdenhou” da ameaça de sanção dos Estados Unidos.
Guga alegou que os bolsonaristas não deveriam ter suas redes sociais bloqueadas por fake news contra as urnas eletrônicas. “Criticar o processo eleitoral é um direito. A pessoa pode criticar e achar, até onde eu sei, que houve fraude. A pessoa tem direito de se expressar, sendo verdade ou não”, prosseguiu.
Citando a 1ª Emenda da Constituição americana, ele argumentou que “calar é uma coisa muito forte” e pediu ao Supremo que “libere as redes sociais, deixe as pessoas expressarem suas opiniões e discordarem”. Na sequência, a jornalista citou a tentativa de golpe de Estado promovida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e seu aliados em 2022 e afirmou que isso não é uma simples “opinião”.
“Quando você critica aleatoriamente o processo eleitoral ou o resultado da eleição, isso é opinião. Mas, se você faz parte de um esquema para criar as condições e manipular mentes e corações contra as instituições, contra as eleições e contra o candidato vitorioso, isso é parte de um esquema. A gente não pode ser ingênuo”, disse Cantanhêde.
Ela também mencionou o caso de Paulo Figueiredo, ex-comentarista da Jovem Pan denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por participação na trama golpista, e apontou que ele integrou um processo “orquestrado” contra as instituições.
O jornalista disse que acompanhou toda a investigação e reclamou de alguns bolsonaristas terem as contas bloqueadas no Brasil, enquanto outros, como Eduardo, podem fazer publicações livremente. “Eu acho grave você proibir a pessoa de se comunicar nas redes sociais. É uma visão minha sobre calar essas pessoas”, acrescentou.
Guga ainda sugeriu que, ao invés de bloquear as contas, os ofendidos ou atacados “ignorem, bloqueiem, processem ou respondam” os golpistas.
Veja a treta:
Treta ao vivo!
Natuza censura Guga depois de tomar um cafezinho com o iluministro! pic.twitter.com/h5u2XYZiRo— Denise – Senhora X (@denise_mury) May 22, 2025
A fala de Guga agradou bolsonaristas nas redes. O blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, que está foragido nos Estados Unidos, agradeceu o apoio à sua narrativa de que Moraes estaria tentando “calar” figuras da extrema-direita.
De repente, deixei de ser blogueiro, foragido e até o Guga — REPITO: ATÉ O GUGA CHACRA — reconhece que MORAES NÃO PODE ME CALAR NOS EUA. 🇺🇸 pic.twitter.com/qVhliQ1RNx
— Allan Dos Santos (@allanconta5) May 22, 2025
O vereador de São Paulo Rubinho Nunes (União) também agradeceu o apoio de Guga à tese inventada de que o ministro estaria perseguindo “jornalistas de direita”. “A censura já passou de todos os limites”, escreveu em sua conta no X.
Quando o Guga Chacra começa a citar a Lei Magnitsky contra Moraes e defender Jornalistas de direita, algo mudou.
Quando até quem sempre militou contra a direita enxerga os absurdos, é porque a censura já passou de todos os limites. pic.twitter.com/uqwgC7zvwi
— Rubinho Nunes (@RubinhoNunes) May 22, 2025