
O deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) ocupou a cadeira do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), em protesto à decisão de pautar o processo de cassação contra ele. Ele é alvo de uma denúncia por quebra de decoro parlamentar após expulsar um militante do MBL (Movimento Brasil Livre) da Casa após ataques.
“Eu vou me manter aqui, firme, até o final dessa história. Se o presidente da Câmara dos Deputados quiser tomar uma atitude diferente da que ele tomou com os golpistas que ocuparam essa mesa diretora e até hoje não tiveram qualquer punição, essa é uma responsabilidade dele. Eu, ficarei aqui até o limite das minhas forças”, disse Glauber.
Mais cedo, diversos parlamentares e policiais legislativos tentaram convencer o deputado a deixar a cadeira, mas ele se recusou, afirmando que o ato era uma forma de resistência à condução do processo.
O deputado Antonio Carlos Rodrigues (PL-SP) chegou a questionar a estratégia de Glauber, dirigindo-se a sua esposa, a deputada Sâmia Bonfim (PSOL-SP), perguntando se aquela realmente era a melhor forma de lidar com a situação.
O Conselho de Ética aprovou, em abril, a representação contra Glauber por quebra de decoro. Motta anunciou nesta terça que vai levar o caso a plenário, junto dos processos contra Carla Zambelli (PL-SP) e Alexandre Ramagem (PL-RJ).
Os anúncios foram feitos após reunião de líderes partidários em que decidiu pautar o Projeto de Lei (PL) da Dosimetria, que reduz a pena dos condenados pelo ataque na trama golpista ou na trama golpista, liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
Outro caso que será analisado pela Câmara é o de Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Ele fugiu para os Estados Unidos em março deste ano, tem acumulado faltas e pode perder o mandato pelo acúmulo de ausências.
A representação contra Glauber foi protocolada pelo Partido Novo no ano passado. O psolista argumenta que a pena é desproporcional e aponta perseguição política no andamento do caso.