O dirigente nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Gilmar Mauro, afirmou que o ataque a tiros contra o Assentamento Olga Benário, em Tremembé, no interior de São Paulo, foi realizado por uma “milícia com arsenal armamentista muito forte.” O atentado, ocorrido na noite da última sexta-feira (10), deixou três mortos e cinco feridos, incluindo crianças e idosos.
“As famílias estavam lá para impedir a entrada dessa milícia, mas foram abordadas com um arsenal armamentista muito grande, por sorte não morreu mais gente”, declarou Mauro.
Ele destacou que a região é alvo de interesse do capital imobiliário devido à proximidade dos assentamentos com áreas urbanas.
“Essa é uma região de muitos assentamentos próximos às zonas urbanas e, portanto, motivo de sanha do capital imobiliário local, com objetivo de transformar os assentamentos em áreas de condomínios e de especulação imobiliária. Obviamente, há utilização de forças das milícias para fazer a execução e o massacre que fizeram ontem no assentamento”, afirmou.
‼️ Gilmar Mauro, do MST, alerta: o capital imobiliário avança sobre assentamentos no Vale do Paraíba, visando transformar lotes em condomínios. Após invadirem reservas florestais, agora pressionam famílias assentadas. pic.twitter.com/C6criDST5h
— MST Oficial (@MST_Oficial) January 11, 2025
O presidente Lula (PT), segundo Mauro, entrou em contato com o MST para prestar solidariedade às famílias das vítimas. “Ele disse que quando puder viajar de avião quer fazer uma visita à região,” afirmou o dirigente.
Mauro ainda informou que Lula colocou à disposição o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDCH), o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDS) e a Polícia Federal (PF) para dar assistência ao assentamento e investigar o caso.
O atentado
Na noite do ataque, criminosos armados invadiram o assentamento por volta das 23h, utilizando carros e motos, e dispararam indiscriminadamente contra as pessoas.
As vítimas fatais foram identificadas como Gleison Barbosa de Carvalho, de 28 anos, Valdir do Nascimento, de 52 anos, e Denis Carvalho, de 29 anos, que foi levado ao hospital com um tiro na cabeça e colocado em coma induzido, mas não resistiu. Os demais feridos, incluindo crianças e idosos, estão fora de perigo.
A Polícia Civil de Taubaté informou, em nota, que o caso está sendo investigado como homicídio, tentativa de homicídio e porte ilegal de arma de fogo de uso permitido. As autoridades também confirmaram que um homem foi “abordado no local do ataque e autuado em flagrante por porte ilegal de arma.”
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