Militares de Israel atiram em direção a diplomatas na Palestina. Foto: reprodução

Uma comitiva de diplomatas formada por representantes de mais de 20 países foi recebida a tiros por soldados israelenses durante visita ao campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia ocupada, nesta quarta-feira (21). O episódio ocorreu quando o grupo, que incluía diplomatas de nações europeias, árabes, americanas e asiáticas, inspecionava os danos causados por recentes operações militares na região.

O Ministério das Relações Exteriores palestino classificou o ocorrido como “uma flagrante e grave violação do direito internacional”, referindo-se à Convenção de Viena de 1961 que garante proteção a missões diplomáticas. Autoridades palestinas afirmaram que o objetivo do ataque era intimidar os visitantes, que avaliavam as condições humanitárias no local após meses de genocídio em andamento.

Entre os países representados na delegação estavam membros da União Europeia como Espanha, França, Itália e Alemanha, além de nações como Rússia, China, Canadá, Egito e Jordânia. A presença de um diplomata brasileiro foi inicialmente mencionada, mas não confirmada pelo Itamaraty.

Em resposta, o Exército israelense admitiu os tiros, mas alegou que a comitiva havia “se desviado da rota autorizada”. Segundo comunicado das Forças de Defesa de Israel (FDI), os militares teriam feito “disparos de advertência” após o grupo adentrar uma área considerada restrita. As autoridades israelenses afirmaram que não houve feridos ou danos materiais.

Imagens divulgadas mostram soldados israelenses fardados efetuando disparos em direção ao grupo de visitantes. Veja:

Resposta internacional

A Espanha, cujo representante estava presente, condenou veementemente a ação através do ministro José Manuel Albares, que exigiu “investigação imediata e transparente”. França e Itália também se manifestaram, com os respectivos ministros das Relações Exteriores classificando o ocorrido como “inaceitável” e convocando embaixadores israelenses para explicações.

A alta representante da União Europeia para Assuntos Exteriores, Kaja Kallas, cobrou apuração rigorosa do caso e punição dos responsáveis. O episódio ocorre em meio a crescente tensão na região, com relatos de novos bombardeios israelenses na Faixa de Gaza que teriam causado dezenas de vítimas, incluindo crianças, no mesmo dia.

Jenin também tem sido palco frequente de operações militares israelenses nos últimos meses. Dados locais indicam que cerca de 600 residências no campo de refugiados foram completamente destruídas desde o início da atual escalada de violência, agravando a já precária situação humanitária na área.

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Last Update: 21/05/2025