O advogado José Lima, conhecido como Juca, que representa o ex-candidato a vice-presidente Walter Braga Netto, afirmou que Mauro Cid “mente e mente o tempo todo”. A declaração ocorreu após a acareação entre o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) e o general, preso desde dezembro de 2024 no Supremo Tribunal Federal (STF).
Juca ressaltou que Cid foi chamado de mentiroso e “abaixou a cabeça” durante o encontro, que durou duas horas. Braga Netto e Mauro Cid ficaram frente a frente pela primeira vez no âmbito da ação penal que investiga uma suposta trama golpista para manter Bolsonaro no poder. Ambos são réus por cinco crimes e integram o núcleo 1 da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
“Ele mente o tempo inteiro. Uma pessoa que presta 10 depoimentos. Ele mente aqui, mente ali. Ele estava constrangido, de cabeça baixa”, disse o advogado. Juca ainda afirmou que as contradições do delator são evidentes e que pedirá novamente a anulação da delação.
▶️ Chamado de mentiroso, “Cid abaixou cabeça”, diz defesa de Braga Netto
General e ex-ajudante de ordens participaram de acareação na manhã desta terça no STF. Advogado de Braga Netto chamou Cid de mentiroso
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— Metrópoles (@Metropoles) June 24, 2025
Em resposta, o advogado de Mauro Cid, Cezar Bitencourt, rebateu as acusações: “Cid fala a verdade! Não mente”.
A acareação foi conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal, com a participação do ministro Luiz Fux e do procurador-geral da República, Paulo Gonet.
A fase foi solicitada pelas defesas de Braga Netto e do ex-ministro da Justiça Anderson Torres para esclarecer pontos divergentes nos depoimentos e na apuração da ação penal.
Em sua delação, Mauro Cid afirmou ter participado de uma reunião com Braga Netto para discutir o chamado plano “Punhal Verde e Amarelo”. Ele também declarou que o general lhe entregou dinheiro para ser repassado ao major De Oliveira, com o objetivo de financiar as operações do plano.
A defesa de Braga Netto contesta as declarações e alega que Cid, como delator, não apresentou provas das acusações feitas contra o general. Esse foi um dos pontos discutidos na acareação.
