
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), saiu em defesa de Alexandre de Moraes, alvo de críticas após decretar a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, e negou isolamento do magistrado na Corte. O decano afirmou nesta quarta (6) que o país teria mergulhado em um “pântano institucional” sem a atuação do colega.
“Não há qualquer isolamento [de Moraes em relação a outros ministros]. Tenho muito orgulho de tê-lo como colega. Já disse isso várias vezes: o Brasil teria se tornado um pântano institucional não fosse a ação de Moraes. O país deve muito à atuação dele durante todo esse período — da pandemia de Covid, do TSE, com todas essas questões como as fake news. É um trabalho desafiador”, afirmou.
Gilmar ainda mencionou as investigações sobre o plano de assassinato contra figuras do alto escalão. “Agora, planeja-se a morte do Lula, do vice-presidente Alckmin e de Alexandre de Moraes. Isso acaba de ser reconhecido, confessado pelo general Fernandes. Nós estamos falando de coisas extremamente sérias”, prosseguiu.
O magistrado afirma que a Corte tem lidado com temas graves, ao citar o plano golpista do ex-presidente e seus aliados, e não com “um passeio no parque”.
O ministro Gilmar Mendes negou qualquer isolamento de Alexandre de Moraes no STF após a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro. Em evento em Brasília, elogiou a atuação do colega e afirmou que o país teria mergulhado em um “pântano institucional” sem a firmeza de Moraes. Gilmar… pic.twitter.com/IB7JqkMTHZ
— GloboNews (@GloboNews) August 6, 2025
Gilmar nega “desconforto” no STF
O decano também disse que não há “nenhum desconforto” entre os ministros após a decisão de Moraes e que o colega tem “toda a confiança e apoio” dos demais magistrados da Corte.
“Seria inadmissível que nós, nas nossas pretensões comerciais, aceitássemos mudanças de entendimento da Suprema Corte americana. Isso seria impensável. Da mesma forma, isso também se aplica ao Brasil”, prosseguiu.
O magistrado ainda disse que as guerras tarifárias são “normais”, mas que não podem ser usadas para forças mudanças institucionais, como avalia ocorrer nas ameaças de Donald Trump contra o Brasil. Moraes foi alvo de sanções com base na Lei Magnitsky.
A declaração foi dada a jornalistas após evento da Esfera Brasil, em Brasília, nesta quarta (6).