
Em uma entrevista conjunta ao podcast “Inteligência Ltda”, na segunda-feira (24), Jair Bolsonaro (PL) e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmaram que não haverá “passagem de bastão” do ex-presidente, que está inelegível, mas insiste em afirmar sua candidatura às eleições de 2026.
O tom foi dado logo no início por Bolsonaro, que afirmou categoricamente: “Tarcísio, eu não vou passar o bastão para ninguém […] só passo o bastão depois de morto”.
A declaração, feita ao lado do governador paulista, foi uma resposta direta às críticas de Paulo Figueiredo, neto do ex-presidente João Figueiredo, que havia questionado publicamente o momento da entrevista na véspera do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF).
🚨URGENTE – Bolsonaro diz que só passa o bastão depois de morto
“Eu já falei Tarcísio. Eu só passo o bastão depois de morto” pic.twitter.com/J3TFYXukW5
— SPACE LIBERDADE (@NewsLiberdade) March 24, 2025
Nesta terça-feira (25), a Corte inicia o julgamento da denúncia enviada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Se aceita, o ex-presidente passa a ser considerado réu pela Justiça e será julgado por tentativa de golpe de Estado.
No podcast, Tarcísio também ignorou a inelegibilidade de seu padrinho político e anunciou que buscará a reeleição em São Paulo, contrariando o desejo da extrema-direita em vê-lo disputando a presidência em 2026.
“Meu candidato à presidência da República é Jair Bolsonaro e eu vou ser candidato à reeleição em São Paulo”, afirmou Tarcísio, tentando dissipar qualquer rumor de disputa interna pelo legado bolsonarista. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro também entrou nos planos, sendo anunciada como candidata ao Senado pelo Distrito Federal.
O governador paulista, no entanto, precisou fazer um delicado equilíbrio retórico durante a entrevista. Depois de ter causado mal-estar entre bolsonaristas ao elogiar a Justiça Eleitoral em evento no TJ-SP, Tarcísio buscou conciliar os elogios à estrutura logística eleitoral com a manutenção da narrativa de questionamentos.
“O que eu falei foi da Instituição Justiça Eleitoral […] tem conseguido apresentar resultados [logísticos]”, explicou, para em seguida acrescentar: “Isso não quer dizer que […] aumentar a segurança do pleito e diminuir determinadas dúvidas não tem que ser pensado”.
Sobre o julgamento no STF que pode torná-lo réu por tentativa de golpe, Bolsonaro manteve o discurso de vitimização, afirmando contar com “bons advogados” e criticando o fato de seu caso ser julgado no Supremo em vez de primeira instância.
Tarcísio, por sua vez, ofereceu-se como testemunha de defesa, declarando que “nunca vi o presidente arquitetando algo fora da Constituição” durante seu tempo como ministro.
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