
Em evento realizado na última quinta-feira (14) em Cuiabá, o empresário Eraí Maggi, sócio do Grupo Bom Futuro e uma das principais lideranças do agronegócio em Mato Grosso, defendeu o presidente Lula (PT) e pediu que o debate político-eleitoral seja deixado para 2026, considerando que o momento atual exija prioridade na gestão pública. A declaração foi feita durante encontro que contou com a presença do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
“A gente comeu, agora tem que fazer digestão para depois comer de novo”, iniciou o empresário. “Vamos comer com a barriga cheia? Acabamos de botar o Lula lá, deixa tocar esses dois anos e tem mais o ano que vem inteiro para trabalhar”, defendeu Maggi.
Em entrevista ao Olhar Direto, o empresário conhecido como “Barão da Soja” ainda criticou quem “torce para o governo ir mal”: “O Brasil tem que ir bem!”.
Eraí Maggi, empresário e um dos maiores produtores de soja do mundo, pediu: “Deixem o Lula trabalhar”. Um gesto raro de grandeza e confiança institucional. Quando o agro fala com equilíbrio, o Brasil escuta. Eraí não planta só soja, semeia maturidade política. pic.twitter.com/iJ33x6Zp01
— IVAN (@ambrosi_bispo) August 15, 2025
O representante do agro usou o mesmo argumento para pedir confiança ao governador de São Paulo: “Temos metade do governo pela frente ainda. O Tarcísio tem metade do governo lá em São Paulo, o Lula está na metade do mandato. Nós temos que trabalhar, senão vamos ficar só em política. Que vá bem o Brasil, que vá bem o Tarcísio, que vá bem o Lula. Eu quero gerar emprego, quero gerar indústria”, afirmou Maggi.
Apoiador da reeleição de Lula em 2022 e amigo de Tarcísio desde quando o atual governador paulista comandava o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), o empresário destacou que a prioridade deve ser “fazer o país andar”.
“Vai discutir política o ano que vem. Agora é só um ensaio. Deixa tocar esses dois anos aí que faltam. Vamos torcer para ir mal? De jeito nenhum. O Brasil tem que ir bem”, completou.
Posicionamento sobre tarifas dos EUA e relação com Trump
Ao comentar a reação do governo brasileiro ao aumento de tarifas anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Maggi afirmou concordar com a postura adotada pelo presidente Lula e criticou a medida do republicano.
“Nós temos que nos posicionar, como o Lula se posicionou. Não temos que ficar de quatro para qualquer coisinha. Não precisamos passar por essa humilhação”, disse.
O empresário reforçou que o Brasil tem força para negociar em condições de igualdade com os EUA, destacando o poder do agronegócio nacional.
“O Brasil tem uma bomba atômica mais forte que a deles: a comida. Temos alimento, exportamos mais que eles, temos superávit. Todo mundo precisa de alimento. Nós somos donos de nós”, argumentou.
Apesar da defesa de uma posição firme, Maggi ressaltou a importância de manter laços comerciais com os Estados Unidos, especialmente em áreas estratégicas.
“Eu gostaria muito de estar com os Estados Unidos em todas as áreas de inteligência artificial, tecnologias. Eu teria forçado um pouco mais a conversa com o Trump, mas imagino que ele [Lula] tentou”, ponderou.