A cidade de Rio Claro, no interior paulista, se transformou em um campo de batalha no sábado (23) quando membros do Primeiro Comando da Capital (PCC) foram executados em plena via pública por integrantes de uma quadrilha rival, conhecida como Bando do Magrelo. O conflito, motivado pela disputa de rotas de narcotráfico, levou a três mortes e aumentou a tensão na região.
As imagens de câmeras de segurança divulgadas pela imprensa local mostram o momento exato em que cinco criminosos, identificados como “soldados” de Anderson Ricardo de Menezes, o Magrelo – que está preso desde 2023 –, executam três membros do PCC.
O assassinato de Daniel de Paula Sobrinho, conhecido como “Vovô”, teria sido o estopim para a vingança. Daniel foi morto no salão de cabeleireiro que possuía, no bairro Jardim Palmeiras, e a retaliação ocorreu cerca de 12 horas depois.
Por volta das 20h55, um Fiat Mobi branco se aproximou de quatro membros do PCC em frente a um terreno no bairro das Nações. Quatro homens desembarcaram do veículo e começaram a atirar, sendo acompanhados por um motociclista. As vítimas, Marcelo Henrique Ferreira (27), Gabriel Lima Cardoso (26) e José Cláudio Martins Nunes (50), foram alvos de disparos fatais.
Marcelo foi atingido na cabeça e na nuca e morreu imediatamente. Já José Cláudio foi alvejado com cinco tiros no peito e dois na cabeça, enquanto Gabriel, embora tenha tentado fugir, foi alcançado e executado com seis tiros. O quarto homem, de 35 anos, também alvejado, sobreviveu e será ouvido pela polícia.
▶️ Emboscada do bando de “novo Marcola” ao PCC teve até batedor em moto
Chacina de integrantes do PCC, resultado de uma vingança pela morte de membro do Bando do Magrelo, reforça clima de terror em cidade de SP
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— Metrópoles (@Metropoles) November 29, 2024
Após a chacina, as autoridades encontraram munições de calibre 9mm e um carregador prolongado próximo ao local. Até o momento, os pistoleiros continuam foragidos. A rivalidade entre o PCC e o Bando do Magrelo é uma disputa violenta pela rota do narcotráfico que atravessa Rio Claro e movimenta milhões de reais mensalmente.
Segundo investigações do Ministério Público de São Paulo (MPSP), o Bando do Magrelo já é responsável pela morte de pelo menos 30 integrantes do PCC. O líder da facção, Magrelo, se autointitula como o “novo Marcola” – uma referência a Marco Willians Herbas Camacho, o principal chefe do PCC.
Em uma denúncia obtida pelo Metrópoles, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) revelou que as execuções públicas promovidas pelo Bando do Magrelo, muitas vezes com fuzis, têm chamado a atenção e colocado Rio Claro em um cenário de crescente violência.
As investigações continuam e a polícia segue em busca dos responsáveis pela chacina. O caso reforça a gravidade da guerra entre facções no interior paulista e coloca em xeque a segurança nas áreas afetadas. Autoridades locais e o MPSP estão intensificando as operações para combater o tráfico de drogas e a atuação de quadrilhas como o Bando do Magrelo, que desafiam diretamente a maior facção criminosa do país.
Enquanto isso, os moradores de Rio Claro vivem com a constante ameaça da violência nas ruas, e o cenário de confronto entre o PCC e facções rivais segue sendo um problema crescente para as autoridades do estado.