
Mohsen Mahdawi, estudante palestino da Universidade de Columbia, foi libertado da custódia federal de imigração nos Estados Unidos nesta quarta-feira (30), após decisão da Justiça de Vermont. Ele estava preso desde o dia 14 de abril, acusado de envolvimento em protestos pró-Palestina no campus da universidade.
O juiz responsável pelo caso autorizou que Mahdawi contestasse, em liberdade e sob fiança, as tentativas do governo de deportá-lo por suas atividades políticas. O estudante, de 34 anos e portador de visto de residente permanente nos EUA, é conhecido por sua atuação como líder de protestos contra a guerra em Gaza e como cofundador da União de Estudantes Palestinos na Universidade de Columbia.
Ao deixar o tribunal, Mahdawi desafiou o governo de Donald Trump e citou as palavras do ativista Martin Luther King Jr., dizendo: “Não tenho medo de vocês. O que estamos testemunhando agora é exatamente o que o Dr. Martin Luther King disse antes: a injustiça em qualquer lugar é uma ameaça à justiça em todos os lugares.”
"To President Trump and his Cabinet, I am not afraid of you," said Mohsen Mahdawi, a Palestinian student at Columbia University who was detained by immigration authorities during his U.S. citizenship interview on April 16 and later released by order of a federal judge.… pic.twitter.com/oRYmO6bli5
— CBS News (@CBSNews) April 30, 2025
De acordo com documentos apresentados pelo governo à Justiça, Mahdawi teria admitido “apoiar atos de violência antissemita” e demonstrado “interesse em armas de fogo para esse fim”.
O governo baseou suas acusações em um relatório de 2015, do Departamento de Polícia de Windsor, em Vermont, que sugeria que Mahdawi havia dito que construía metralhadoras “para matar judeus enquanto estava na Palestina”.
No entanto, Mahdawi negou veementemente essas alegações, afirmando: “Sou uma pessoa pacífica e nunca expressaria querer prejudicar ou matar ninguém. Estou com o coração partido por ter palavras tão terríveis atribuídas a mim.”
O estudante foi detido enquanto comparecia a um escritório de imigração em Vermont para finalizar sua cidadania americana. Mahdawi, que possui green card desde 2015, foi levado para a Northwest State Correctional Facility em St. Albans, uma unidade do ICE (Serviço de Imigração e Controle de Alfândega dos EUA).
Imagens divulgadas à imprensa mostram Mahdawi sendo algemado e levado para uma viatura do ICE, onde ele fez um sinal de paz para a câmera.
Hoje: outro "estudante" pró-Hamas da Universidade de Columbia nos EUA, Mohan Mahdawi, foi preso por agentes do Homeland Security Investigations (HSI — Investigações de Segurança Interna). pic.twitter.com/2KP0O2ol1w
— No Front Militar (@noFrontMilitar) April 14, 2025
A prisão de Mahdawi gerou protestos no campus da Universidade de Columbia e foi condenada por grupos de direitos civis, que alegaram ser uma violação das liberdades civis. A advogada de Mahdawi, Luna Droubi, argumentou que sua detenção foi uma retaliação política por sua defesa dos direitos palestinos e uma tentativa de silenciar vozes contra as ações do governo israelense em Gaza.
A prisão ocorre em meio a uma série de detenções de estudantes palestinos em protestos pró-Palestina nos EUA. Quatro dias antes, a Justiça dos EUA autorizou o governo a continuar com o processo de deportação de Mahmoud Khalil, outro estudante palestino da Universidade de Columbia.
Khalil foi preso no dia 8 de março, durante uma abordagem do ICE em sua residência estudantil. Em março, após a prisão de Khalil, o presidente dos EUA, Donald Trump, declarou que essa seria a primeira de muitas detenções.
Ele afirmou que muitos estudantes envolvidos em atividades pró-Palestina seriam considerados “agitadores pagos” e deportados para “nunca mais retornarem”. Sua fala gerou críticas de grupos de direitos civis, que acusaram o governo de violar as liberdades civis e de tentar criminalizar o ativismo político.
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