Vice de Tarcísio reconhece força de Lula e manda recado a Bolsonaro sobre 2026

O vice-governador de São Paulo, Felicio Ramuth (PSD), e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos)

Nesta quinta-feira (1º), o vice-governador de São Paulo, Felicio Ramuth (PSD), defendeu que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) precisa tomar uma decisão rápída sobre a indicação do governador paulista, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como seu substituto na corrida presidencial de 2026. A declaração foi dada durante conversa sobre o futuro político da direita e as movimentações internas da oposição ao governo Lula-Haddad em entrevista à CNN Brasil.

Segundo Ramuth, a definição sobre a candidatura de Tarcísio deve ocorrer até o fim do ano, ou ele pode ficar fora da disputa. O governador não aceitaria um convite de última hora, pois valoriza planejamento e estratégia. Com Bolsonaro inelegível até 2030, a direita precisa de um novo nome com força nacional — e, mesmo com certa resistência, Tarcísio é o favorito entre os bolsonaristas.

O vice-governador comparou a situação atual com a eleição de 2018, quando o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mesmo preso, manteve sua candidatura até os últimos dias antes do prazo legal. À época, Fernando Haddad foi indicado às pressas, o que teria prejudicado o planejamento da campanha. Para o político paulista, repetir esse tipo de improviso seria um erro, especialmente com o perfil supostamente técnico do governador paulista.

Embora critique o Partido dos Trabalhadores e o governo Lula, Felicio reconheceu a força eleitoral do atual presidente. Disse saber que será uma eleição “complexa” e deixou no ar que Tarcísio poderá ser convocado a disputar, mesmo com planos iniciais de reeleição ao governo de São Paulo. Para ele, o projeto pessoal do governador pode ser alterado caso Bolsonaro determine uma mudança de rota na direita.

Tarcísio e Bolsonaro: Aliados de Bolsonaro cobram agilidade para indicar governador paulsita à Presidência em 2026 Foto: Alan Santos

Nos bastidores, Tarcísio já declarou a aliados que não pretende se desincompatibilizar do cargo em abril de 2026, como exige a legislação eleitoral. A principal justificativa é o receio de abrir mão do governo paulista sem garantias de que será, de fato, o candidato bolsonarista. Ele quer manter o controle do próprio destino, evitando ser manobrado pelas incertezas do grupo ao qual pertence.

Apesar disso, Tarcísio é o nome mais competitivo do bolsonarismo em cenários sem a presença do ex-presidente. Ele tem boa avaliação entre eleitores da extrema-direita e aparece com desempenho razoável nas pesquisas. No entanto, não consegue superar Lula nas simulações de segundo turno, o que reafirma a solidez da liderança do atual presidente, e evidencia a dificuldade da direita em se renovar sem o impacto radical da imagem de Bolsonaro.

A movimentação reforça como o grupo de oposição ao governo Lula-Haddad está dividido e sem estratégia definida. Enquanto isso, o atual governo segue determinado a sua estabilidade política e popularidade, mesmo enfrentando uma base reacionária que ainda tenta capitalizar o bolsonarismo em crise. A antecipação do debate de 2026 escancara o vazio de liderança na direita e a pressão por uma candidatura mais palatável, menos extremada.

Há um esforço para empurrar Tarcísio à arena nacional, mas embora alinhado ideologicamente, o governador paulista tenta se descolar do radicalismo e resguardar sua imagem administrativa. Se aceitar ou não a missão, dependerá não apenas de convites, mas da viabilidade real de enfrentar um presidente que ainda goza de ampla aprovação.

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