O vice-prefeito de São Paulo, Ricardo Mello Araújo (PL), saiu em defesa dos policiais militares do 9º Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia) acusados de fazer gestos semelhantes à saudação nazista em um vídeo divulgado nas redes sociais. As imagens geraram forte repercussão negativa e abriram uma investigação do Ministério Público.
Em comentário publicado nas redes sociais do comandante do batalhão, José Thomaz Costa Júnior, Mello Araújo, que também é coronel da reserva da PM e ex-comandante da Rota, minimizou as críticas. “Quem critica é porque não entende nada de polícia e nunca vai entender”, escreveu. Ele ainda exaltou o grupo: “Parabéns aos policiais militares que passaram pelo treinamento que prepara vocês para as piores missões”.
O vídeo, que foi apagado após a repercussão, mostrava mais de dez policiais em volta de uma cruz em chamas, erguendo os braços à altura dos ombros — gesto comumente associado ao nazismo e ao extremismo supremacista, feitos, por exemplo, pela Ku Klux Klan nos Estados Unidos.
ABSURDO! PM de São Paulo divulgou um vídeo em que policiais militares queimam cruzes e fazem saudação nazista. O perfil oficial no Instagram do 9° Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep), de São José do Rio Preto e região, no interior de São Paulo, apagou o vídeo logo em… pic.twitter.com/vCuGgJQnn1
— Lázaro Rosa 🇧🇷 (@lazarorosa25) April 15, 2025
Em nota, a Polícia Militar de São Paulo negou qualquer ligação com “ideologias de natureza religiosa, racial ou política” e afirmou que o conteúdo fazia parte de uma cerimônia simbólica de encerramento de treinamento. A corporação informou ainda que o vídeo foi removido das redes “diante da possibilidade de interpretações distorcidas” e que o caso está sendo apurado internamente.
O Ministério Público paulista instaurou um procedimento investigatório e determinou prazo de dez dias para que o comandante do 9º Baep forneça esclarecimentos à Promotoria.
Esse não é a primeiro ato que demonstra o extremismo envolvendo Ricardo Mello Araújo, que, aliás, foi indicado à chapa de Ricardo Nunes por Jair Bolsonaro. O vice-prefeito já foi criticado anteriormente por defender abordagens policiais diferentes entre a periferia da capital e bairros de elite como os Jardins.
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