Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro acreditam que Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou um recado a ele na decisão que vetou a viagem aos Estados Unidos para a posse de Donald Trump, presidente eleito do país. O magistrado negou a devolução de seu passaporte nesta quinta (16).
Segundo a coluna de Malu Gaspar no jornal O Globo, a decisão de Moraes antecipa o tom que o ministro deve ter no julgamento do plano golpista. Ao negar a devolução do documento, o ministro afirmou que Bolsonaro tem dado indícios de que planeja deixar o país.
Um interlocutor de Bolsonaro afirmou que a decisão de Moraes foi “um esculacho” e outros aliados apontam que ela “foi mais dura que o parecer da PGR”. Na quarta (15), a Procuradoria-Geral da República se manifestou contra a liberação do passaporte de Bolsonaro e alegou que ele queria participar da posse de Trump para “satisfazer interesse privado”.
Bolsonaro teve o passaporte retido em fevereiro do ano passado e já tentou pedir a liberação do documento outras vezes, mas não teve sucesso. Na semana passada, ele voltou a solicitar o documento e afirmou que recebeu um convite de Trump para sua posse, que ocorre na próxima segunda (20).
A defesa do ex-presidente apresentou um e-mail recebido por seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), como comprovação de que ele foi chamado ao evento. O magistrado, no entanto, pediu a apresentação de um “documento oficial”.
Os advogados de Moraes argumentaram que o e-mail seria o “convite oficial” para a cerimônia, mas o ministro não aceitou a resposta. “Não foi juntado aos autos nenhum documento probatório que demonstrasse a existência do convite realizado pelo presidente eleito dos EUA ao requerente Jair Messias Bolsonaro, conforme alegado pela defesa”.
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