
A morte do Papa Francisco trouxe de volta teorias que misturam crenças sobre o fim do mundo, símbolos da Bíblia e antigas profecias. Entre elas, ganha destaque uma interpretação do capítulo 17 do livro do Apocalipse, segundo a qual o próximo papa representaria o “oitavo rei” — uma figura enigmática que, para alguns, selaria o fim de um ciclo profético iniciado há séculos.
O versículo 10 do capítulo 17 afirma:
“São também sete reis. Cinco caíram, um existe, o outro ainda não chegou; e, quando chegar, deve permanecer pouco tempo. E a besta, que era e não é, também é o oitavo, e procede dos sete, e vai à perdição.”
A passagem tem sido amplamente interpretada em diferentes contextos ao longo da história. Na teoria mais recente, aplicada ao contexto papal, os “sete reis” seriam sete papas que precedem o “oitavo” — uma figura final que, segundo os conspiracionistas, marcará a transição para o fim dos tempos.
O “papa negro”
Essa leitura ganhou força com a possibilidade de que o cardeal guineense Robert Sarah, conservador e próximo das tradições mais rígidas da Igreja, possa ser eleito como próximo papa.
Sarah é um dos poucos cardeais africanos cotados para o conclave e, se eleito, seria o primeiro papa negro da história moderna. Isso alimenta a imaginação de setores que veem em sua eleição a concretização de antigas profecias.
A expressão “papa negro” tem dupla conotação: além da cor da pele, há uma antiga crença ligada ao superior dos jesuítas, conhecido tradicionalmente como “papa negro” por causa da batina escura. Curiosamente, o Papa Francisco foi o primeiro jesuíta a ocupar o trono de Pedro, somando camadas simbólicas à especulação.
Com a morte de Francisco, algo maior se move nos bastidores. Se Robert Sarah for eleito, não será apenas um novo papa — será o 8º rei de Apocalipse 17. O ciclo se fecha. A profecia ganha forma. Poucos estão vendo o que está prestes a acontecer. pic.twitter.com/ayS3rGZnuo
— Lucas Fonseca (@__fonsecax) April 21, 2025
O vínculo com as profecias de Nostradamus e São Malaquias
A teoria do 8º rei se articula ainda com supostas previsões de Nostradamus e da Profecia dos Papas, atribuída a São Malaquias. Segundo esta última, cada papa estaria representado por um lema latino.
O lema final seria “Petrus Romanus” (Pedro, o Romano), descrito como o papa que governaria durante grandes tribulações até a destruição de Roma — o que para alguns simboliza o fim da própria Igreja como a conhecemos.
Ainda que o nome “Pedro” não tenha surgido entre os favoritos ao conclave, algumas interpretações forçadas tentam associar o “romano” ao conservadorismo e à rigidez da tradição, ambos fortemente representados por figuras como Robert Sarah.
A guinada à direita representada por Sarah, entretanto, é improvável, uma vez que o Colégio Cardinalício montado para Francisco para sua sucessão tende a manter o perfil progressista do papado.
Conheça as redes sociais do DCM:
Facebook: https://www.facebook.com/diariodocentrodomundo
Threads: https://www.threads.net/@dcm_on_line