
O vereador Crysthofour Pereira (PL), conhecido como “Fão do Bolsonaro”, foi contra a abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Câmara Municipal de Cascavel (PR) para investigar casos de abuso sexual em escolas públicas da cidade. Ele chamou a iniciativa de “teatro político”.
“Estão usando a dor de crianças para se promover. Isso é nojento. Estive, desde o início, ao lado da única mãe realmente envolvida, oferecendo apoio de verdade, sem exposição. Não vou compactuar com esse circo. Se a sindicância da Prefeitura não for suficiente, serei o primeiro a assinar a CPI. Mas CPI é coisa séria, não palco pra lacração”, disse o vereador no fim de maio.
A CPI foi motivada por uma apuração que teve início em 2019, quando a Secretaria Municipal de Educação de Cascavel denunciou à Corregedoria do Município e à Polícia Civil um crime de assédio sexual envolvendo uma criança e um servidor de um colégio público local.
O processo sobre o caso tramitou por quase 5 anos antes de ser finalizado e só exonerou o servidor em novembro passado. Durante o período, ele continuou trabalhando em outras escolas de Cascavel e foi alvo de outras acusações.
Mães de alunos de escolas públicas relatam que o servidor cometeu outros crimes contra crianças no período e, por isso, pediram a abertura de uma CPI para apurar a investigação de crimes dentro de instituições municipais.
O parlamentar chegou a discutir com defensores da criação da CPI na semana passada. Após a repercussão negativa de seu posicionamento, o vereador bolsonarista decidiu apoiar a abertura da comissão.
“A decisão foi tomada sem qualquer viés ideológico ou partidário, unicamente em busca da verdade e da justiça. A CPI vai atuar com responsabilidade, firmeza e respeito às vítimas — para que casos como este nunca mais se repitam no município de Cascavel”, disse o vereador em vídeo publicado nas redes.
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