Me pergunto se estamos verdadeiramente utilizando métodos de análise “decolonial” ao pensar em Maduro ou Evo Morales. Não vejo nada de escândalo sobre Dina Boluarte (a Senhora Rolex) do Peru, Daniel Noboa, do Equador, ou o indescritível Bukele, de El Salvador, políticos que estão destruindo a democracia em seus países.
Sem falar nas concessões da mídia com o palhaço-motosserra Milei, irmão de armas de Musk e Trump. Este, Trump, anunciou uma guerra civil, caso perca, e Macron se nega a formar governo com o Front Populaire, ameaçando uma guerra civil. Sem falar em Zelensky, que não possui mais mandato e adiou as eleições sine die, tornando-se virtualmente ditador na Ucrânia. Aí há silêncio na mídia.
O governo federal diz que não comenta as eleições americanas, mas quer dar lições de boa política ao país vizinho, enquanto os golpistas daqui estão livres e preparando a anistia de Bolsonaro.
O chefe da PGR, nomeado pelo governo federal, se nega a dar andamento aos processos denunciando Bolsonaro e sua família. Pazuello, com 700 mil mortos nas costas, é um feliz congressista, e Damares “Genocídio Yanomami” Alves é senadora. Gostaria de ver todo esse fervor democrático da mídia aplicado aos golpistas e genocidas do bolsonarismo. Mas aí, só silêncio.
Ninguém diz que a “heróica” líder da oposição venezuelana Maria Corina Machado é uma fascista, que assinou a “Carta de Madrid” – quem sabe afinal o que é a “Carta de Madrid”, essa Internacional Neofascista? –, proposta pelo Partido Neofranquista Vox com o nazista chileno José Antônio Kast, Milei, Bea Kicis e Eduardo Bolsonaro, e que tem Bolsonaro como modelo.
Trabalhei na Venezuela durante anos, publiquei dois livros, entrevistei centenas de pessoas e o que vi foi uma elite branca, que passa fins de semana na Flórida, racista e fascistizada.
Fui agredido num shopping center porque estava com a bandeira do Brasil na camiseta. As ricas senhoras gritavam que não havia petróleo no Brasil, que roubávamos o petróleo venezuelano para apoiar o bolivarianismo. No mesmo shopping – tipo shopping da Gávea – o item mais vendido era um boneco de vinil, imitando o macaco da mochila Kipling, com a cara do Chaves e uma banana na mão. Na base, vinha escrito “Made in USA”. Foi uma experiência sociológica, me lembrou uma manifestação neonazi que vi em Dresden.
Peço perdão pelo texto indignado, mas creio que falamos informados por um só fluxo de informações, dos interesses petrolíferos – declarados por Trump desavergonhadamente – e sem conhecer a realidade local. Perdão aí!
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