A Venezuela está prestes a viver as eleições presidenciais, com a intensificação das campanhas eleitorais na semana. Para abrir oficialmente a agenda eleitoral, o presidente Nicolás Maduro lançou 70 atos em 70 cidades venezuelanas na última sexta-feira, 5 de julho.

A data também marca o 70º aniversário do ex-presidente Hugo Chávez, e Maduro aproveitou a homenagem para iniciar os comícios. Somente na última sexta-feira, Maduro esteve em Zulia, no noroeste do país, e na capital, Caracas, onde se concentrou a maior parte dos atos políticos.

Oposição a Maduro

Além do atual presidente, outros 9 candidatos que fazem oposição também se apresentaram e tentam concorrer contra Maduro, que integram as coalizões Plataforma Unitária Democrática, Esperanza por el Cambio, Primero Venezuela, Arepa Digital, Alianza del Lápiz, Soluciones para Venezuela, Centrados en la Gente, Acción Democrática e Confederación Nacional Democrática.

A que detém maior força de oposição a Maduro, hoje, é a Plataforma Unitária Democrática (PUD), que havia lançado a candidata Maria Corina Machado, em outubro do ano passado, mas foi impedida de disputar as eleições, assim como a sua substituta Corina Yoris, pela Justiça venezuelana.

Segundo o partido, a medida judicial foi uma atuação política. O atual candidato da força política é o diplomata aposentado Edmundo González Urrutia, que apesar de não ter experiência de governo, confia que a oposição tenha força para derrotar os 25 anos do chavismo no país.

Relatório da ONU

O impedimento das candidatas da PUD chegou a ser exposto em relatório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, na semana passada. O órgão cobrou do país a “garantia de processo eleitoral transparente, inclusive e com completa participação” e afirmou ver com “preocupação” a retirada das duas candidatas da disputa, em janeiro, e de outros 5 candidatos em abril.

Em reunião do órgão, o Alto Comissário da ONU, Volker Türk, alertou contra a possível interferência da Justiça sobre as coalizões de oposição, incluindo a prisão de 15 membros de 5 partidos políticos, o fechamento de 10 estações de rádio em um ano e o bloqueio de 50 páginas da internet, além de impedir a participação de observadores internacionais europeus, em junho, após o aumento de sanções econômicas contra a Venezuela.

Pesquisas eleitorais

Até o momento, as pesquisas eleitorais dão diferentes resultados. Enquanto que IMC Orientación e DataViva informam a vitória de Nicolás Maduro, as últimas pesquisas da Hercon Consultores e da Datanalisis dão vitória ao opositor González Urrutia.

Na primeira, Maduro teria 45,17% das intenções de voto contra 31% de apoiadores de González. Já a DataViva marca uma maior diferença, com 56,1% ao atual presidente contra 20% ao opositor. Já a Hercon Consultores dá uma ampla maioria de 68,4% a Edmundo González e somente 27,3% a Nicolás Maduro. Por fim, a Datanalisis teria dado uma diferença de 18% a 25% para Urrutia, vencendo Maduro.

Nestas próximas semanas, o governo espera por uma campanha eleitoral pacífica, com dezenas de atividades planejadas e normas claras definidas pelo Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela para garantir atividades sem incitação ao ódio.

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Última Atualização: 08/07/2024