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Em seu último ato de campanha, Maduro disse que convocará um grande diálogo nacional no dia seguinte às eleições. Foto: Prensa Presidencial.

Lorenzo Santiago
Do Brasil de Fato

A quinta-feira (25) foi marcada pelo encerramento da campanha eleitoral na Venezuela. Governo e oposição foram às ruas e organizaram marchas na capital Caracas, às vésperas das eleições de domingo, 28 de julho.

O presidente Nicolás Maduro encerrou os 21 dias de campanha repetindo o lema que foi marcante na sua jornada eleitoral: o candidato que garante a paz. A marcha em apoio ao governo saiu de diferentes pontos, sendo um deles o Petare, o maior bairro popular da Venezuela, e percorreu as ruas do centro até chegar na avenida Bolívar.

De acordo com o presidente, a extrema-direita promoverá violência, perseguição e uma série de privatizações caso chegue ao poder. Ele disse também aguardar o momento em que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) vai anunciar que os resultados estão definidos com sua vitória.

“Domingo se decide o futuro da Venezuela para os próximos 50 anos. Paz ou guerra? Fascismo ou democracia popular? Ou haverá paz, ou intranquilidade. Vamos dar uma surra para que eles não se levantem mais”, afirmou.

Em 2 horas de discurso, Maduro também cobrou o desempenho dos militantes na campanha. O mecanismo criado pelo Partido Socialista Unido de Venezuela (PSUV) busca atrair o “voto consciente” da militância e dos eleitores de Nicolás Maduro.

O presidente também usou em seu discurso os resultados econômicos dos últimos meses no país. A inflação baixou, o câmbio se estabilizou e o governo projeta um crescimento de 8% para o PIB no país já em 2024.

“Depois de sofrer o que sofri, derrotamos as sanções e vamos para o crescimento. Mas para isso faz falta a paz e a estabilidade. E só nós podemos garantir isso”, concluiu.

Ele também saudou os observadores internacionais que chegaram ao país para acompanhar as eleições e reforçou a importância da participação deles para atestar a lisura do processo.

Com músicas, bandeiras e roupas, principalmente na cor vermelha, os manifestantes também estavam confiantes na vitória de Maduro.

Oposição diz que “é hora da mudança”

Os grupos opositores se reuniram no bairro Las Mercedes, na zona leste de Caracas. Vestidos de branco e roupas de marca, os manifestantes chegaram à manifestação, a maioria, em motos e carros importados.

O candidato da oposição é o ex-embaixador Edmundo González Urrutia, mas não faltaram fotos da ex-deputada María Corina Machado.

Manifestantes empunhavam cartazes com “Edmundo presidente e María Corina nossa líder”.

O discurso foi comandado pela própria María Corina. Em menos de 30 minutos de fala, a ex-deputada entoou cantos como “sim, podemos” e “Viva Venezuela livre” e também pediu a participação massiva no domingo.

“Diante desta Caracas transbordante, queremos dizer a todos os venezuelanos e ao mundo inteiro que estamos prontos para votar, para vencer. Todos sabemos o que nos corresponde fazer neste dia”, afirmou.

Santiago Garrido trabalha com o pai. Ele foi à manifestação da oposição pedindo que as pessoas saiam às ruas como fizeram em 2014, 2016 e 2017.

“A coisa não é se vai ganhar. É claro que vai ganhar. A questão é se o outro lado vai permitir. Pode ser que aconteça uma violência e que eles fujam para Cuba, Nicarágua, onde seja. Espero que aconteça isso. Mas quando um ditador ameaça com banhos de sangue, isso não faz parte do jogo”, afirma.

A fala a que Santiago se refere foi feita por Maduro na semana passada. O chefe do Executivo disse que a derrota do governo levaria a uma situação de instabilidade e violência na Venezuela.

Depois de 21 dias, a campanha foi encerrada. Esse foi o menor tempo de campanha que uma eleição venezuelana já teve.

Também não estão mais permitidas, a partir de hoje (26), reuniões e marchas políticas, assim como o uso de máquinas pesadas para trabalho nas zonas urbanas.

O CNE anunciou em maio que 21,4 milhões de venezuelanos estão aptos a votar no dia 28 de julho. Cerca de 69 mil deles estão fora do país.

Em junho, oito dos dez candidatos assinaram um acordo para respeitar o resultado das eleições. O ex-embaixador Edmundo González Urrutia, principal oposicionista, se recusou a participar e não assinou o documento.

*Editado por Leandro Melito e Maria Silva

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Governo Lula,

Última Atualização: 26/07/2024