O Secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, declarou que Edmundo González obteve o maior número de votos nas eleições na Venezuela, ao contrário do que foi divulgado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano – que apontou o presidente Nicolás Maduro vencedor do pleito, que ocorreu no último domingo (28), com 51,2% dos votos.

Dada a evidência esmagadora, é claro para os Estados Unidos e, mais importante, para o povo venezuelano, que Edmundo González Urrutia recebeu a maioria dos votos na eleição presidencial de 28 de julho na Venezuela“, diz o comunicado dos EUA, divulgado ontem (1).

Segundo com o CNE, González obteve somente 44,2% dos votos. Ele é o candidato da Plataforma Democrática Unitária (PUD), coalizão de oposição a Maduro – movimento que também liderado por María Corina Machado, que acusa “fraude eleitoral” no país. 

Em meio ao cenário conturbado, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) deve divulgar atas eleitorais, para confirmar que Maduro realmente venceu a eleição. Mas a oposição diz também estar em posse de cópias desses documentos, que mostram González com 67% dos votos, contra 30% de Maduro.

Mesmo sem a legalidade dos papéis confirmada, o argumento foi abraçado pelos EUA, que declarou que “a oposição democrática publicou mais de 80 por cento das atas de apuração recebidas diretamente das seções eleitorais em toda a Venezuela. Essas atas indicam que Edmundo González Urrutia recebeu a maioria dos votos nesta eleição por uma margem insuperável”.

Blinken defendeu ainda uma transição democrática entre os governos na Venezuela, dizendo que os EUA estão “prontos a considerar formas de reforçá-lo em conjunto com os nossos parceiros internacionais”.

Reação de Maduro, convocação da Suprema Corte e alegações da oposição

Maduro, que entrou com um recurso no Suprema Corte do país para que as atas eleitorais sejam periciadas, mandou os Estados Unidos “tirarem o nariz” da Venezuela.

Os Estados Unidos saem para dizer que a Venezuela tem outro presidente. Os Estados Unidos devem tirar o nariz da Venezuela, porque o povo soberano é quem governa na Venezuela, quem nomeia, quem escolhe“, declarou.

Já a Suprema Corte venezuelana convocou os dez candidatos à presidência a comparecer, nesta sexta-feira (2) às 15h (horário de Brasília), para o início da auditoria da eleição. “Admite-se, assume-se e inicia-se o processo de investigação e verificação para certificar os resultados do processo eleitoral“, ordenou Caryslia Rodríguez, presidente do órgão.

Apesar da intimação, não se sabe de González deve comparecer, a partir da alegação de ameaças de prisão em meio as contestações sobre o resultado eleitoral. A opositora, Corina Machado chegou a escrever um artigo, publicado pelo jornal americano, dizendo que teme pela sua vida e que está escondida para não ser presa.

Já Maduro confirmou presença na Suprema Corte e disse que seu partido vai apresentar as atas eleitorais. “Eles (oposição) que peçam as atas. Temos todas as atas. (…) Me submeti à Justiça e peço que a Justiça ache a verdade para que a paz seja estabelecida no país“, afirmou.

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Última Atualização: 02/08/2024