Nas vésperas das eleições na Venezuela, o governo Maduro tem o apoio de milhões de venezuelanos, que saem às ruas com entusiasmo e fervor revolucionário. São multidões imensas que se espalham por praças e avenidas, mostrando claramente qual é a vontade popular na Venezuela: reeleger Maduro e avançar a revolução bolivariana. No entanto, para quem acessa as notícias sobre a Venezuela através da imprensa capitalista, o candidato da oposição juntamente com a violenta e totalmente vendida ao imperialismo Maria Corina Machado também vai às ruas, com uma campanha estilo Trump ou Bolsonaro: se eu não ganhar é fraude. As pesquisas divulgadas pela oposição golpista são descaradamente manipuladas, atribuindo mais de 60% dos votos para o candidato “fake” e cerca de 26% para Maduro.
Além disso, o imperialismo através de seus órgãos de imprensa espalham uma inundação de notícias falsas, fazendo todos no “mundo civilizado” acreditarem na vitória da direita. E não podia faltar a censura pura e simples para impedir a divulgação de notícias pelos meios progressistas, através das redes sociais.
La Iguana TV, uma das plataformas de notícias digitais mais proeminentes da Venezuela, teve seu canal bloqueado pelo YouTube. A censura imperialista ocorreu logo após a transmissão de um programa denunciando o plano de governo neoliberal que a oposição implementará caso vença as eleições no dia 28 de julho.
La Iguana TV denunciou as implicações deste bloqueio e seu impacto mais amplo na sociedade venezuelana. A censura com roupagens “neutras” também ocorreu durante as eleições no México. O YouTube bloqueou os canais do partido Morena, do próprio Manuel López Obrador e até da Telesur alegando violações de direitos autorais por parte de canais atingidos. Esta tática parece ser uma estratégia para privar os trabalhadores do seu direito à liberdade de expressão em momentos críticos como as eleições.
A escala de influência da La Iguana TV – que tem mais de 270 mil assinantes em seu canal no YouTube, o que o torna o maior canal político da Venezuela – mostra a gravidade do bloqueio. São quase 300 mil horas de visualização por mês, o que se traduz em cerca de três e cinco milhões de visualizações anualmente. Bloquear este canal 15 dias antes das eleições é um golpe significativo para os eleitores venezuelanos, privando-os de informações cruciais.
O caminho para a implantação de um regime ditatorial global
A censura faz parte de um esquema mais amplo de manipulação da narrativa eleitoral. O objetivo é criar a impressão de que a eleição é apenas entre dois candidatos, estando um deles, Nicolás Maduro, fraco, sem ação. Este apagão digital é um sintoma de uma tendência ditatorial global, já que o mesmo procedimento é adotado pelo Twitter e o Facebook.
A direita e o imperialismo estão criando um ambiente para a “tempestade perfeita”. Esta estratégia de manipulação em massa da informação, com uma agressividade crescente da candidata fake Maria Corina e impedimento de manifestação do próprio governo do país, visa criar uma ambiente de caos que possa favorecer um golpe como o de 2002 contra Hugo Chávez. Desta vez, porém, o apagão é digital. O plano é apagar os meios digitais progressistas e alternativos, ao mesmo tempo que o mundo ocidental contribui para tornar a mentira da direita sobre sua possível vitória em realidade consumada, sendo que a derrota será imediatamente transformada em fraude “evidente”.
Os eixos do plano de oposição
O primeiro eixo é a preparação de uma invasão da Venezuela de paramilitares colombianos para causar desestabilização no país, fato que já está sob investigação da Procuradoria-Geral da República. Outros mercenários estão sendo arregimentados para a invasão. O segundo eixo é gerado com informações sobre a iminente vitória da oposição, com as pesquisas manipuladas e a sistemática cobertura da imprensa capitalista das “virtudes” da candidata da oposição, buscando esconder totalmente o verdadeiro objetivo da direita que é privatizar tudo, a começar pelo petróleo e destruir as conquistas e os programas sociais e econômicos do governo Maduro. O terceiro eixo é tentar popularizar ao máximo a ideia de que o governo vai fraudar as eleições “mais uma vez”.
Com isso está se tentando criar um ambiente perfeito para as “guarimbas”, que foram piquetes de grupos violentos da oposição criados em 2014 e em outras oportunidades, que adotavam ações de espancamento, assassinatos e até queimaram vivos vários chavistas. Se tiverem chance, os extremistas de direita vão retomar estas ações, com assassinatos nas ruas, bloqueios de ruas, incêndios de bibliotecas, pré-escolas, universidades e assédios violentos aos cidadãos. Foi a isso que Maduro se referiu quando denunciou o “banho de sangue” que a oposição vai promover por serem derrotados nas eleições. Para isso é fundamental a atuação da imprensa capitalista e mesmo a comunicação nas redes sociais.
O jornal espanhol “El País” acaba de entrevistar um indivíduo que atuou em todas as tentativas de golpe na Venezuela. Ele se aproveitou de uma situação favorável e fugiu da prisão na Venezuela, viajando para a Espanha em seguida. Seu nome é Leopoldo López. Ao entrevistá-lo, o jornal deu status de líder da oposição ao bandido fascista.
A CNN em espanhol participou como ator ativo em vários golpes de estado na Bolívia, na Venezuela, em Honduras. O golpe que ocorreu na Bolívia foi barrado por vários fatores, mas foi fundamental a cobertura ao vivo da Telesur que, juntamente com a Sputnik, RT, HispanTV e La Iguana mostraram a todos a fraqueza dos golpistas e mesmo seu papel ridículo o que facilitou que o povo os expulsasse das ruas. Uma manchete da CNN sobre os favoritos para vencer a disputa presidencial na Venezuela mostra o papel que a rede pretende ter nas eleições venezuelanas. A nota é tendenciosa e afirma, com base em pesquisas, que o candidato da Plataforma Democrática Unitária (PUD) será o vencedor indiscutível no próximo domingo.
Outro lance deste golpe em andamento é que os meios de comunicação internacionais vão começar a dar as suas projeções com base nas sondagens de boca de urna a partir do meio-dia de domingo, 28 de julho, quando o processo de votação vai estar em pleno desenvolvimento.
Há a possibilidade de o evento eleitoral ser um dos mais monitorados do mundo e as grandes redes ligadas aos desígnios imperialistas fazerem uma cobertura especial, assumindo falaciosamente – pela origem e pelo contexto – que as figuras de María Corina Machado e Edmundo González representam um fenômeno político apenas comparável ao surgimento do Comandante Hugo Chávez em 1998.
Bloomberg, Reuters, entre outros meios de comunicação europeus e americanos, seriam os encarregados de projetar a suposta epopeia desse setor da oposição, já que teve que “enfrentar” o chavismo num cenário desfavorável. Segundo Rodríguez, procuram reeditar um processo semelhante ao projeto de Guaidó ao validar a instalação de um governo paralelo.
A dinâmica seria a seguinte: publicariam as pesquisas de boca de urna nas primeiras horas da tarde, a oposição alegaria fraude e então viria a pressão para não reconhecer os resultados das eleições. O representante da Plataforma Unitária pela Democracia, Biagio Pilieri afirmou que só serão reconhecidos os votos que constarem da sua própria ata, um preâmbulo ao possível desconhecimento dos resultados emitidos pelo órgão de governo.
Em entrevista coletiva, Biagio afirmou que “vamos ter as atas das 30.026 mesas e dos mais de 15 mil centros de votação, nas mais de 1.100 freguesias (…) Vamos respeitar o que dizem essas atas num processo que tem de ser livre, democrático e transparente naquele dia. O que quer que diga a nossa ata, qual é a vontade do povo da Venezuela, é claro que vamos respeitá-la.
É preciso lembrar que a ONG Súmate, criada por María Corina Machado em 2002 para servir como Centro Nacional Eleitoral paralelo, participa da organização dos comandos e grupos de choque que divulgariam a vitória fictícia de Edmundo González.
O esquema da direita de falsear os resultados eleitorais
A recusa em assinar o Acordo de Reconhecimento de Resultados, proposto pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) no início da campanha é um elemento fundamental para caracterizar a atitude golpista da direita. O candidato do PUD, Edmundo González Urrutia, recusou-se a assinar, argumentando que o acordo “é uma indicação do preconceito que caracteriza esta campanha desigual”. A recusa em assinar o Acordo de Reconhecimento de Resultados revela a intenção deste sector da oposição em recorrer a acusações de fraude como mecanismo para desestabilizar o país, seguindo um padrão já observado em episódios anteriores, como os de 2014 e 2017.
Outro elemento claramente golpista é a manipulação das pesquisas eleitorais. A oposição, através de seus porta-vozes e meios de comunicação oficiais, vem divulgando pesquisas que mostram Edmundo González como vencedor, minimizando as chances de vitória do chavismo.
Além disso, é importante destacar que embora os meios de comunicação privados e estrangeiros tenham promovido a divulgação destas pesquisas manipuladas, rejeitaram a divulgação das outras pesquisas, como as de Hinterlaces, ICS, Dataviva e Ideadatos, que projetam o Presidente Maduro como o vencedor.
Há também a iniciativa de criar um centro de informática em Miami, nos Estados Unidos, de onde pretendem declarar fraude no dia das eleições. O centro foi criado por um familiar de Magalli Meda, gestora de planejamento estratégico da organização de extrema