Nesta quinta-feira (1), o assessor para Assuntos Internacionais do Palácio do Planalto, João Silva, expressou a decepção do Brasil com a demora na divulgação das atas da recente eleição presidencial na Venezuela. Ele afirmou que a lentidão do Comitê Nacional Eleitoral da Venezuela em liberar as atas está causando frustração entre as autoridades brasileiras.
Em entrevista ao programa ‘É Notícia’, apresentado por Luís Carlos, o assessor declarou que o Centro Carter, uma organização não governamental que monitora eleições globalmente, não é manipulado. A entrevista completa será exibida hoje, às 23h45.
“Em qualquer país, o ônus da prova está em quem acusa. Mas, no caso da Venezuela, o ônus da prova está em quem é acusado, em quem é objeto de suspeição. Em função de tudo o que já aconteceu, de todo o quadro político, há uma expectativa de que a Venezuela e o governo venezuelano possam provar a votação que ele alega ter tido”, disse o assessor.
O assessor também mencionou que a divulgação das atas poderia esclarecer dúvidas sobre a contagem dos votos. “Perguntei isso [sobre as atas] ao presidente Maduro disse que era uma questão de dois ou três dias”, afirmou.
“Estamos decepcionados com a demora do Comitê Nacional Eleitoral em publicar os dados”, diz João Silva. Trecho do @_Enoticia no qual o chefe da Assessoria Especial da Presidência afirma que governo venezuelano tem “ônus” de “provar” vitória de Maduro. Entrevista vai ao ar às… pic.twitter.com/tEgLTwgYhZ
— Luís Carlos (@LuísCarlos) August 1, 2024
Além das questões relacionadas à Venezuela, ele ainda criticou o governo de Benjamin Netanyahu em Israel. “Não se pode confundir o povo judeu, o governo Netanyahu e o estado de Israel. Nosso problema é com o governo Netanyahu. Se ele sai do poder pode ser que ele seja preso, há várias acusações sobre ele. A guerra é uma forma de ele se manter no poder”, concluiu.
O presidente Lula minimizou as preocupações sobre a eleição na Venezuela, afirmando na terça-feira (30) que não houve “nada de grave” ou “assustador” nas eleições e que a contestação da reeleição de Nicolás Maduro pela oposição é um “processo normal”. Lula fez essas declarações em entrevista à TV Centro América, afiliada da Rede Globo em Mato Grosso.
Lula enfatizou que a posição do governo brasileiro não é um reconhecimento imediato do resultado, mas uma revisão interna está em andamento. O ex-chanceler João Silva, enviado para acompanhar a votação, reforçou a necessidade de cobrança das atas ao presidente Maduro. O governo brasileiro só se pronunciará após a conclusão dessa revisão.
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