As vendas da Tesla despencaram 59% no mês passado na Alemanha, onde o CEO Elon Musk se envolveu na política nacional como nunca antes. O fabricante americano registrou apenas 1.277 novos carros em janeiro, seu menor total mensal desde julho de 2021, segundo a Autoridade Federal de Transporte Motorizado da Alemanha.
A Tesla perdeu terreno significativo em um mercado de veículos elétricos que cresceu 54% no mês, sugerindo que o apoio público de Musk ao partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD) pode ter afetado a demanda.
A Tesla também registrou quedas no Reino Unido e na França, o que significa que as vendas caíram nos três maiores mercados de veículos elétricos da Europa, enquanto seu CEO apoiava a líder do AfD, Alice Weidel, e confrontava o primeiro-ministro britânico Keir Starmer e seu governo trabalhista. Musk também fortaleceu sua posição na administração do presidente dos EUA, Donald Trump, que ameaçou impor tarifas à União Europeia.
Musk, de 53 anos, participou de uma conversa ao vivo com Weidel em sua plataforma de mídia social X, o que na prática se tornou uma propaganda gratuita para o AfD antes das eleições federais deste mês. Mais tarde, também em janeiro, em uma aparição virtual em um comício do partido, o CEO da Tesla incentivou os alemães a terem orgulho de sua cultura e, em uma aparente referência às atrocidades da Segunda Guerra Mundial sob o regime nazista, desencorajou um “foco excessivo na culpa do passado”.
As declarações — feitas pouco antes do 80º aniversário da libertação do campo de extermínio de Auschwitz — geraram indignação em um país onde a reflexão sobre o passado é um pilar central da identidade nacional pós-guerra.
As vendas da Tesla despencaram 63% no mês passado na França, o segundo maior mercado de veículos elétricos da UE, 75% na Espanha e caíram 12% no Reino Unido.