À medida que equipes crescem dentro das empresas, os desafios da liderança também aumentam. Muitos gestores, ao expandirem seus times, mantêm práticas que funcionavam quando o grupo era pequeno, mas que se tornam obstáculos à medida que a estrutura evolui.
Segundo Julio Amorim, CEO da Great Group e especialista em planejamento, três erros comuns de gestão podem comprometer o desempenho da equipe e travar o crescimento profissional dos próprios líderes.
Centralização impede o avanço do time
Um dos comportamentos mais recorrentes entre gestores é a centralização. Quando o time aumenta, alguns líderes tendem a segurar ainda mais o controle. Passam a revisar cada detalhe, aprovar decisões pequenas e manter tudo sob sua supervisão direta.
Essa postura, de acordo com Amorim, transforma a liderança em gargalo e impede o time de evoluir. “Se tudo depende de você, então você não tem uma equipe. Você tem reféns”, afirma o executivo.
Para ele, delegar não significa abandonar tarefas, mas sim ensinar, acompanhar e permitir que o time tenha autonomia para aprender — inclusive com os erros.
Falta de escuta enfraquece a liderança
Outro erro recorrente é deixar de ouvir o time à medida que a estrutura cresce. Segundo Amorim, gestores que antes tinham contato direto com cada funcionário e acompanhavam de perto o ambiente interno, muitas vezes se afastam da base com o aumento das responsabilidades e da agenda.
“Liderar é escutar o tempo todo. O cliente, o time, o estagiário, o RH”, destaca Amorim. Para ele, o crescimento real vem da escuta ativa, capaz de antecipar problemas e fortalecer a cultura interna. “Quem não ouve, lidera no escuro. E quem lidera no escuro, tropeça”, resume.
Tratar todos da mesma forma não funciona
Por fim, Amorim aponta que o discurso de “tratar todos igualmente” pode parecer positivo, mas, na prática, ignora as diferenças individuais de cada membro da equipe.
Há profissionais que precisam de mais orientação, enquanto outros valorizam a autonomia. Há quem produza melhor pela manhã e quem renda mais à noite. Também existem diferentes níveis de ambição e expectativas em relação ao trabalho.
Para o executivo, ignorar essas particularidades é um erro que desengaja e desmotiva. A recomendação é conhecer melhor cada perfil e adaptar a gestão às características do time. “Liderar é se adaptar. Não tem receita pronta. Tem sensibilidade e intenção”, afirma.
Liderança eficaz exige maturidade e flexibilidade
Segundo Amorim, crescer com o time exige maturidade emocional, humildade para continuar aprendendo e inteligência para reconhecer que cada pessoa é única.
“Liderar não é sobre você. É sobre o outro”, conclui.