A dieta mediterrânea é reconhecida mundialmente por seus benefícios à saúde e se inspira na alimentação milenar dos povos da região litorânea em que Europa, Ásia e África se encontram. Esse padrão alimentar também favorece a saúde do cérebro e pode ajudar a reduzir o risco de Alzheimer. É o que revela a pesquisa “Interplay of genetic predisposition, plasma metabolome and Mediterranean diet in dementia risk and cognitive function”, recentemente publicada na revista científica Nature Medicine

“Os alimentos típicos da dieta mediterrânea são ricos em compostos antioxidantes, como os polifenóis presentes nas frutas, verduras, azeite e vinho, que combatem o estresse oxidativo e protegem os neurônios. Além disso, o efeito anti-inflamatório proporcionado pelo consumo de peixes ricos em ômega 3 e pelo azeite contribui para reduzir processos inflamatórios cerebrais”, explica a coordenadora de Nutrição da Casa de Saúde São José, Ana Paula Pereira da Silva.

Além do ômega 3 e dos polifenóis, outros nutrientes relevantes presentes na dieta mediterrânea se destacam, como os flavonoides, encontrados em uvas, azeite, nozes e frutas vermelhas, as vitaminas do complexo B — B6, B12 e ácido fólico, presentes em vegetais folhosos e leguminosas, bem como as vitaminas C e E, que exercem importante função antioxidante. 

Outra vantagem da dieta mediterrânea é o controle dos fatores de risco vascular, pois essa alimentação ajuda a melhorar o colesterol, a pressão arterial e a glicemia. Logo, é uma aliada na prevenção de doenças que afetam a circulação sanguínea e que estão ligadas também ao declínio cognitivo. 

Prevenindo o Alzheimer

Segundo o Dr. Fabrício Hampshire, neurologista da Casa de Saúde São José, o Alzheimer é uma doença neurodegenerativa de início muitas vezes discreto e de caráter progressivo. “É uma desordem que pode levar à perda progressiva da memória e outros sintomas como alterações de comportamento, dificuldade para realizar tarefas rotineiras e para se expressar adequadamente”, comenta.

Por ser uma doença sem cura, a prevenção do Alzheimer é fundamental. Para além de uma alimentação balanceada, essencial para a saúde do cérebro, o neurologista recomenda:

  • Prática de atividade física regular, incluindo atividade aeróbica e treinos de força;
  • Investir em boa qualidade de sono;
  • Estabelecer conexões sociais, evitando o isolamento;
  • Acompanhamento médico regular para prevenção cardiovascular e metabólica.
Alimentos saudáveis dispostos em cima de tábua de madeira em cima de mesa de pedra: maça, kiwi, grãos, folhas e frutas
A variedade dos alimentos é essencial na dieta mediterrânea (Imagem: Aleksandr talancev | Shutterstock)

Incluindo a dieta mediterrânea na rotina

A dieta mediterrânea inclui grande consumo de frutas, verduras, legumes, leguminosas, cereais integrais, além do uso do azeite de oliva como principal fonte de gordura. Além disso, essa alimentação privilegia peixes e frutos do mar como fontes de proteína. Os laticínios aparecem de forma moderada, geralmente na forma de queijos e iogurtes. 

As refeições contêm muitas ervas e especiarias, que substituem o excesso de sal. Apesar de não ser uma bebida obrigatória para que os benefícios da dieta sejam alcançados, o vinho também pode ser recomendado em pequenas quantidades.

“É importante controlar as porções, especialmente de azeite e oleaginosas, pois, embora sejam saudáveis, apresentam alto valor calórico. A variedade alimentar deve ser mantida para evitar deficiências nutricionais, assegurando o consumo adequado de proteínas por meio de peixes, ovos, leguminosas e laticínios. Por fim, é essencial que esse padrão alimentar seja adaptado à realidade cultural e financeira de cada pessoa, garantindo, assim, sua adesão a longo prazo”, conclui a nutricionista da Casa de Saúde São José.

Por Bernardo Bruno

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Last Update: 09/09/2025