Em novembro, Belém será sede da COP30, e o Brasil estará no centro das atenções da política climática global.

Entre os temas mais aguardados estão o financiamento climático e a nova rodada de compromissos para limitar o aquecimento global.

A pressão aumentou após a COP29, em Baku, onde o acordo de US$ 300 bilhões anuais até 2035 ficou abaixo das expectativas.

Além disso, a atualização das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) deverá exigir metas mais ambiciosas.

Contudo, há espaço para novas agendas com potencial estratégico.

A seguir, quatro apostas que podem ganhar protagonismo na construção de soluções mais eficazes e inclusivas para a crise climática.

Dados ambientais impulsionam decisões mais estratégicas

O uso de dados para guiar políticas públicas climáticas vem ganhando espaço como ferramenta de planejamento.

Segundo João Raphael Gomes, da Codex, a tecnologia aplicada à gestão ambiental pode transformar o Brasil em referência internacional.

Com plataformas de interoperabilidade e sistemas baseados em evidências, é possível prever riscos e agir de forma preventiva.

Ele afirma que “transparência e inovação serão ativos estratégicos em um cenário de instabilidade política global”.

Para João Raphael, a COP30 pode ser a vitrine de um Brasil que aposta em soluções concretas com base em dados.

Logística sustentável reduz emissões no e-commerce

A explosão das compras online tornou a logística um ponto crítico de emissão de carbono.

No entanto, soluções tecnológicas mostram que é possível avançar em eficiência com menor impacto ambiental.

Marco Beczkowski, da Manhattan Associates, destaca os benefícios dos sistemas de transporte inteligentes (TMS).

Esses sistemas integram dados de clima, tráfego e zonas de baixa emissão para otimizar rotas e reduzir custos.

Segundo Marco, além de melhorar a experiência do consumidor, as empresas conseguem diminuir significativamente sua pegada de carbono.

Bioeconomia amazônica se torna eixo de inovação

A bioeconomia da Amazônia desponta como caminho viável para aliar preservação ambiental e geração de renda.

Negócios baseados em produtos da floresta já existem, mas ainda enfrentam barreiras para acessar o mercado.

Victor Moreira, da Jornada Amazônia, defende que as empresas precisam se aproximar do ecossistema local.

Segundo ele, é possível atuar como compradoras, parceiras em desenvolvimento ou investidoras.

O ponto central é construir relações respeitosas e de longo prazo com os territórios.

Victor afirma que fortalecer a bioeconomia exige articulação entre empreendedores, empresas, governos e a sociedade.

Descarbonização deixa de ser diferencial e vira exigência

Empresas que desejam manter relevância no mercado já colocam a descarbonização como parte do core business.

Luiz Henrique Terhorst, CEO da Carbon Free Brasil, afirma que a redução de emissões passou a ser cobrada por clientes, investidores e conselhos.

Ele explica que a jornada de descarbonização precisa de diagnóstico técnico, metas claras e acompanhamento contínuo.

Além disso, é necessário personalizar estratégias para cada empresa e setor.

Luiz Henrique reforça que o compromisso com a redução de emissões se tornou um fator decisivo para a competitividade.

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Last Update: 05/05/2025