No próximo domingo (23), o papa Francisco deve fazer sua primeira aparição pública desde que foi internado para tratar uma pneumonia, há mais de um mês. O pontífice planeja aparecer em uma janela do hospital Gemelli, em Roma, para conduzir uma bênção aos fiéis. A informação foi confirmada pelo Vaticano neste sábado (22), mas a aparição ainda dependerá do quadro de saúde do papa, que vem apresentando melhoras progressivas nas últimas semanas.
Desde que foi internado, Francisco havia sido visto apenas uma vez, em uma foto divulgada pelo Vaticano na qual ele aparece de costas, rezando em uma capela do hospital. A possível aparição deste domingo marca um momento significativo na recuperação do pontífice, que enfrentou complicações respiratórias após o diagnóstico de pneumonia dupla.
Aos 88 anos, o pontifíce está internado há cinco semanas e precisou de auxílio de oxigênio de alto fluxo para respirar. Na semana passada, o Vaticano informou que ele não depende mais de aparelhos respiratórios invasivos, mas ainda recebe oxigênio por meio de uma pequena mangueira sob o nariz.
O cardeal Víctor Manuel Fernández, chefe do escritório doutrinário do Vaticano, revelou na sexta-feira (21) que Francisco está “reaprendendo a falar” após o uso prolongado de oxigênio de alto fluxo, que pode causar ressecamento e dificuldades na fala.
“O papa está indo muito bem, mas o oxigênio de alto fluxo ‘seca’ tudo. Ele precisa reaprender a falar, mas sua condição física geral é a mesma de antes”, disse Fernández durante um evento em Roma.
Apesar dos desafios, o Vaticano afirmou que a condição do papa permanece estável, com “pequenas melhorias na respiração e na mobilidade”. Em um áudio divulgado no dia 6 de março, Francisco apresentava uma voz quebrada e sem fôlego, o que gerou preocupação entre os fiéis.
Ainda não há informações oficiais sobre quando o papa poderá deixar o hospital e retornar ao Vaticano. Fernández afirmou que não sabe se Francisco receberá alta a tempo da Páscoa, celebrada em 20 de abril.
“Ele poderia voltar, mas os médicos querem ter 100% de certeza porque ele acredita que, com o pouco tempo que lhe resta, ele quer se dedicar inteiramente aos outros, não a si mesmo”, disse o cardeal.
Questionado sobre a possibilidade de o papa renunciar, Fernández foi enfático: “Eu realmente acho que não, não”. Francisco, que já enfrentou vários problemas de saúde nos últimos dois anos, incluindo infecções pulmonares, teve parte de um pulmão removido na juventude devido a uma pleurisia, o que o torna mais suscetível a complicações respiratórias.
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