
O Vaticano confirmou nesta terça-feira (29) a ausência de mais um cardeal no conclave que elegerá o novo papa a partir de 7 de maio. O religioso, não identificado oficialmente, junta-se ao cardeal espanhol Antonio Cañizares, que também não participará por motivos de saúde. Com isso, o número de eleitores cai de 135 para 133.
Fontes próximas à Santa Sé indicam que o segundo ausente seria o cardeal bósnio Vinko Puljic, de 79 anos, que já enfrentava problemas de saúde. Na semana passada, ele havia confirmado presença após liberação médica, mas sua condição pode ter se agravado. O porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, não revelou detalhes sobre o religioso afastado.
O bósnio é tido como pertencente a ala mais conservadora do cardinalato, sendo a segunda baixa desse campo para a votação. O espanhol Cañizares também é alinhado à direita.
Como funciona o conclave
O conclave é a assembleia de cardeais responsável por eleger o novo papa. Realizado na Capela Sistina, o processo começa oficialmente após a morte ou renúncia do pontífice. Podem votar apenas cardeais com menos de 80 anos.
A eleição exige pelo menos dois terços dos votos, e os participantes ficam isolados, sem contato externo, até que a fumaça branca anuncie o “Habemus papam”.
Embora, em teoria, qualquer homem batizado e celibatário possa ser escolhido, desde 1378 todos os papas eleitos eram cardeais. Atualmente, o Colégio Cardinalício tem 252 membros, sendo que 133 têm direito a voto (considerando as duas ausências). Desses, 108 (81%) foram nomeados por Francisco, o que pode influenciar na escolha de um sucessor alinhado ao seu perfil progressista, embora não seja garantia.

Desde a morte do papa Francisco, em 21 de abril, os cardeais realizam reuniões diárias a portas fechadas na Sala Paulo VI, no Vaticano. Chamadas de “congregações gerais”, essas discussões abordam os rumos da Igreja.
Nesta terça, os temas foram evangelização e o papel da instituição na promoção da paz. Na véspera, o debate tratou dos casos de abusos sexuais no clero.
O direito canônico estabelece um limite de 120 eleitores, mas o papa tem autonomia para ampliar esse número. Francisco nomeou 21 novos cardeais em dezembro de 2024, em parte porque 14 perderão o direito ao voto em 2025 ao completarem 80 anos.
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