Nos últimos 10 anos, em momentos de desemprego, insatisfação profissional, ou até mesmo em busca por fontes alternativas de renda, trabalhar como motorista de aplicativo tem se tornado cada vez mais uma opção para o trabalhador. No entanto, ao tomar a decisão de exercer esta atividade, é preciso se planejar, criar um bom controle de custos e estar preparado para longas jornadas ao volante.

Um levantamento da startup GigU revela os ganhos médios que os motoristas de aplicativos conseguem obter em grandes centros urbanos. No entanto, os custos operacionais, como combustível e manutenção, exigem atenção para garantir que a operação fique positiva.

E para quem está começando, o aluguel de veículos pode ser uma opção eficiente, pois há um menor investimento inicial e pode servir como um período de experiência. Mas tudo tem que ser colocado na ponta da caneta para evitar que o motorista trabalhe “de graça”.

Segundo a pesquisa, em São Paulo, o faturamento anual médio de um motorista chega a R$ 102,8 mil, para uma jornada de 60 horas por semana. Ao subtrair os custos para manter a operação do carro, o lucro líquido é de R$ 51 mil por ano, na média, o que dá R$ 4.250 por mês.

Fonte: GigU

No Rio de Janeiro, o faturamento anual é de R$ 86,4 mil em média, para uma jornada de trabalho de 54 horas semanais. Após descontar os custos operacionais, dos quais R$ 24,6 mil são gastos apenas com combustível, o lucro líquido anual fica em torno de R$ 39,6 mil, ou R$ 3.300 por mês.

Fonte: GigU

Em outras capitais como Brasília, Belo Horizonte e Porto Alegre, os números variam de acordo com as particularidades de cada cidade. Na capital federal, a média da receita é de R$ 6,4 mil mensais, com um lucro líquido de R$ 2,4 mil mensais e R$ 29 mil anuais, e uma carga de trabalho em torno de 50 horas semanais.

Fonte: GigU

Em BH, os trabalhadores alcançam cerca de R$ 7,7 mil por mês, com um lucro líquido de R$ 3,5 mil mensais. Já em Porto Alegre, a média de faturamento mensal é de R$ 7,3 mil, com um lucro líquido de R$ 3,1 mil mensais, ambos com despesas operacionais de cerca de R$ 4 mil mensais.

Fonte: GigU

Flexibilidade e gestão

Apesar dos números atrativos, a profissão exige dedicação e planejamento. “Nosso levantamento mostra que os motoristas podem ganhar bem, mas para isso precisam gerenciar custos e tempo de forma eficiente. A flexibilidade de horários é um dos principais atrativos, mas é preciso saber aproveitá-la”, afirmou Luiz Gustavo Neves, CEO da GigU.

Além dos altos custos, um problema recorrente dos motoristas – e também dos passageiros – é a alta taxa de cancelamento de corridas. Isso se dá, pois, a Uber e a 99 não informam ao motorista as informações completas antes que ele possa aceitar. “As vezes é uma corrida que paga muito pouco, e que vai dar prejuízo pra ele”, completou.

Alguns aplicativos, como o GigU e o concorrente RebU, auxiliam os motoristas a otimizar suas jornadas, fazendo o cálculo de ganhos em tempo real, que permite aceitar apenas corridas rentáveis, evitando cancelamentos.

“Muitos motoristas aceitavam corridas que não valiam a pena e depois cancelavam. O app previne isso, ajudando a maximizar os ganhos”, explicou Neves. A mensalidade do serviço é de R$ 12,90, e, segundo a empresa, o incremento na lucratividade pode chegar a 30%, fazendo com que o custo do aplicativo se pague em um único dia de trabalho.

Além disso, o aplicativo inclui uma câmera de segurança que, com dois toques na tela, grava áudio e vídeo em segundo plano, aumentando a segurança durante as viagens.

Fonte: GigU

Disputa com a Uber

A GigU está no centro de uma disputa com a Uber. Em julho de 2023, a plataforma global entrou com um processo contra a startup, alegando violação da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados).

A ação foi motivada pelas ferramentas oferecidas pela GigU, que permitem aos motoristas recusar corridas pouco rentáveis. “A Uber quer que os motoristas aceitem todas as corridas, mas nosso app dá a eles o direito de escolha. Eles são autônomos, não funcionários”, defende Neves.

Após uma liminar inicial favorável à Uber, a decisão foi revertida em segunda instância. A GigU também denunciou a empresa ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), que ampliou uma investigação sobre possíveis abusos de poder econômico pela plataforma.

“O reconhecimento do CADE de que esta não é uma disputa privada, mas um caso que afeta todo o mercado, reforça nossa confiança na justiça brasileira”, diz Neves. A investigação tem relevância internacional, já que práticas semelhantes da Uber estão sendo analisadas nos Estados Unidos.

Fonte: GigU

Ferramentas para um mercado mais justo

Além de ajudar na gestão financeira, a GigU planeja lançar um banco digital voltado para motoristas. A “Gigu Conta” separará as finanças pessoais das profissionais, oferecendo maior controle sobre ganhos e despesas.

“Queremos trazer mais inteligência de dados para que os motoristas possam tomar decisões informadas, como assumir um financiamento ou planejar investimentos”, explica Neves.

A startup, que começou como uma solução física para estacionamentos ociosos em 2017, cresceu com base no boca a boca entre os motoristas. “Lavamos muitos carros e almoçamos com muitos motoristas. Isso nos deu um conhecimento profundo sobre suas necessidades”, contou o CEO.

Para quem está pensando em entrar na profissão, a dica é clara: planejamento é essencial. A atividade pode ser lucrativa, mas exige dedicação e uma gestão eficiente dos custos.

Fonte: GigU

Fonte: GigU

Fonte: GigU

Fonte: GigU

Fonte: GigU

Categorized in:

Governo Lula,

Last Update: 06/02/2025