A Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP assinou, em 27 de novembro, um acordo de intenções com a Sinovac Biotech, a fim de estabelecer cooperação científica, desenvolver projetos conjuntos e compartilhar estruturas laboratoriais entre as duas instituições.
O entendimento inicial também abre caminho para intercâmbio de pesquisadores, realização de estudos pré-clínicos e, futuramente, a discussão de possíveis ensaios clínicos colaborativos. A Sinovac já mantém parcerias semelhantes em países como Turquia, Colômbia e Indonésia e considera o Brasil estratégico pela robustez de sua produção científica e pela dimensão populacional.
De acordo com Dimas Covas, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), pesquisador-chefe em P&D e Inovação da Sinovac e um dos articuladores da parceria, o documento funciona como um “guarda-chuva” institucional que permitirá detalhar, nos próximos meses, linhas de pesquisa, escopos de trabalho e etapas de execução. “Foi um grande passo para a faculdade, para a companhia chinesa e para a cooperação entre Brasil e China”, avaliou.
Tecnologias
A Sinovac apresentou à comunidade acadêmica suas principais plataformas tecnológicas e linhas de pesquisa, com destaque para projetos de vacinas de próxima geração, anticorpos monoclonais e terapias avançadas.
Jinghua Jin afirmou que a empresa busca criar “centros de colaboração em países-chave”, aproximando universidades e setor produtivo para acelerar o desenvolvimento de soluções biomédicas. Para ela, o Brasil, e especialmente a USP, reúne excelência científica, biodiversidade e infraestrutura capazes de impulsionar pesquisas em imunizantes e terapias complexas.
Com mais de duas décadas de atuação, a Sinovac possui 13 vacinas comercializadas globalmente e opera diversas plantas industriais na China, produzindo imunizantes contra influenza, hepatite A, pólio, covid-19 e outras doenças. A empresa também participa de ensaios clínicos internacionais e investe em plataformas como mRNA, partículas semelhantes a vírus (VLPs) e anticorpos monoclonais.
Para Dimas Covas, a parceria pode fortalecer a inovação nacional. “O grande objetivo é trazer e desenvolver novas tecnologias na fronteira do conhecimento para gerar produtos para a saúde humana. Não falamos apenas de vacinas, mas também de anticorpos monoclonais de segunda geração e terapias celulares, que hoje representam a crista da onda da biotecnologia”, destacou.
*Com informações do Jornal da USP.
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