Nesta segunda-feira (3), o bilionário Elon Musk anunciou que pretende fechar a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USaid), responsável por 42% da ajuda humanitária mundial, segundo a ONU. O anúncio foi feito em transmissão ao vivo na rede social X. Musk, que lidera o departamento de cortes de gastos do governo Trump (DOGE), afirmou que o presidente concorda com a medida.
“Temos que nos livrar de tudo, está além de qualquer conserto. Vamos fechá-la”, declarou o empresário. A decisão já impacta programas de saúde, segurança alimentar e assistência emergencial em diversos países.
Criada em 1961 pelo então presidente John F. Kennedy no auge da Guerra Fria, a USaid é o maior doador individual de ajuda humanitária do mundo, destinando US$ 72 bilhões (R$ 420,7 bi) em 2023 para iniciativas como combate ao HIV/AIDS, acesso à água potável e socorro em zonas de conflito.
Desde o anúncio, funcionários do órgão foram instruídos a não entrar na sede em Washington, e mais de 600 servidores relataram bloqueios em seus acessos aos sistemas internos.
“Colocamos vários funcionários da USaid em licença administrativa com pagamento integral enquanto concluímos nossa análise”, informou Jason Gray, novo administrador interino da agência.
O fechamento da agência ocorre em meio a uma política mais ampla de Trump para reduzir a assistência externa dos Estados Unidos, seguindo sua agenda “EUA em primeiro lugar”.
Na última semana, o presidente estadunidense ordenou o congelamento da maior parte dos fundos internacionais, medida que já ameaça hospitais de campanha, programas de remoção de minas terrestres e distribuição de medicamentos para milhões de pacientes em países pobres. “A USaid é uma organização criminosa. É hora de acabar com ela”, escreveu Musk no X, ampliando críticas contra a agência.
Além da instituição, Musk e sua equipe vêm assumindo o controle de diversos sistemas governamentais, incluindo informações sigilosas do Tesouro dos EUA.
O senador democrata Peter Welch pediu esclarecimentos sobre o acesso do bilionário a dados financeiros sigilosos. “Isso mostra que dinheiro pode comprar poder na Casa Branca de Trump”, afirmou Welch.
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