No dia 30 de junho, foi publicada uma coluna de Marcos L. Susskind no jornal O Globo intitulada Antissemitismo em universidades é preocupante. No entanto, apesar do nome vitimista, trata-se somente de uma propaganda em favor do genocídio na Palestina.

Segundo o texto, estudantes do mundo todo estariam, sem motivo algum, atacando judeus, impedindo que professores judeus estudassem nas universidades e que professores ali trabalhassem, da mesma forma que os nazistas fizeram durante a Segunda Guerra Mundial.

Estará renascendo o fenômeno dos anos 1920-1930? O racismo alemão — que confinou e dizimou judeus e antecedeu a vitória do nazismo — iniciou-se como movimento organizado dentro dos muros das universidades, supostamente celeiro de criação, tolerância e formação de lideranças.

O começo da matéria já é mentiroso, assim como tudo que os sionistas dizem. O “antissemitismo”, ou melhor, o ódio contra os judeus é muito mais antigo do que o movimento nazista alemão, que se encerrou há 80 anos. Durante a Idade Média, por exemplo, a Inquisição Católica promoveu vários episódios sangrentos contra os judeus em toda a Europa.

Na época do desenvolvimento do nazismo, o ódio ao judeu já era antigo e fazia parte do programa de vários partidos e movimentos políticos. Sendo assim, não começou do nada nas universidades, o que inviabiliza a comparação com os movimentos contra o sionismo hoje em dia, já que não havia nenhum tipo de pensamento antissemita recorrente em lugar algum, a não ser em pequenos grupos sem relevância política.

Como os sionistas necessitam mistificar o nazismo e o holocausto judeu para justificar o sionismo e o holocausto palestino, o autor se utiliza ainda assim da comparação, dizendo que o que ocorreu na Alemanha é um alerta para os dias de hoje:

O caso alemão é um alerta sobre o que ocorre no ambiente universitário atualmente. Muito antes da ascensão do nazismo, estudantes alemães adotaram forte judeofobia. Motivos: a corrosão dos valores humanistas, a insegurança quanto ao mercado de trabalho, a queda dos padrões de vida após 1918 e a criação (em 1926) da Liga Nacional-Socialista de Estudantes.

Naquela época, realmente, a Alemanha passava por uma forte crise causada após a derrota na Primeira Guerra Mundial e a assinatura do Tratado de Versalhes. A direção capituladora da esquerda à época, permitiu que o nazismo, com sua demagogia convencesse parte da população, em especial a pequena burguesia, de que o problema era racial, o que justificaria a eliminação de judeus, ciganos, eslavos e, principalmente, dos comunistas.

Não é o caso de agora. “Israel” já assassinou quase 400 mil pessoas. Há inúmeros vídeos em que essa crueldade é possível de ser vista, basta uma olhada no X, no Telegram ou no Tiktok, e não nas páginas de quem é contra “Israel” somente, mas também nas páginas dos próprios soldados israelenses, que exibem com orgulho crimes cometidos contra os palestinos.

O autor continua com comparações irreais:

Entre 1922 e 1932, estudantes alemães exigiam a redução da presença de professores e alunos judeus. Talvez isso tenha impulsionado o recém-eleito governo nazista a criar (no quarto mês de governo) a Lei para a Restauração do Serviço Público Profissional, exigindo a demissão de funcionários públicos judeus e forçando cerca de 1.200 a deixar seus cargos universitários. A demissão de professores não foi suficiente para os estudantes, que passaram a boicotar as aulas dos professores judeus remanescentes — até que o regime nazista baniu todos os professores judeus das universidades (1935).

Novamente, não foram as manifestações estudantis da juventude de Hitler que causou a perseguição aos judeus. Mein Kampf teve sua primeira publicação em 1925 e ali Hitler já indicava muito do que seria feito posteriormente.

A comparação, no entanto, tenta criar a ideia de que há a iminência dessa mesma política agora, por conta de mentiras apresentadas no seguinte parágrafo:

“Em 1938, estudantes bloquearam e impediram a entrada de judeus em universidades, tal como ocorreu em 2025 na Universidade Columbia e noutras nos Estados Unidos. No Brasil, em maio de 2024, o Centro Acadêmico de Serviços Sociais da PUC-SP resolveu expulsar um aluno por ser judeu. Na Universidade Federal de Santa Maria, estudantes exigiram da reitoria os nomes de todos os estudantes judeus.”

A primeira das mentiras, é sobre a Universidade de Columbia. Primeiro, porque ninguém se manifestou contra judeus no campus, mas sim, contra o genocídio na Palestina. Em segundo lugar, não há um único registro de que judeus teriam sido impedidos de entrar na universidade norte-americana.

O único caso parecido foi em relação a um único professor que estava tentando organizar uma manifestação contrária à dos estudantes de Columbia, que defendem os palestinos. Nesse caso, ele perdeu a chave de acesso do local em que o protesto aconteceria, mas pôde fazer o protesto em outro lugar. Nem mesmo foram os estudantes que o impediram de chegar no local, mas sim, a própria universidade.

Como é típico dos sionistas, porém, o professor Shai David começou a tentar se transformar em vítima e comparou a situação, na qual foi impedido pela universidade de entrar no local em que manifestantes se colocavam contra o holocausto na Palestina, enquanto ele queria defender esse holocausto, com as manifestações de 1938. Deixamos aqui um link para a matéria da Fox News, que compra a versão farsesca do professor.

No segundo caso, o aluno não foi expulso por ser judeu, mas por defender o genocídio dos palestinos. Falar que é por ele ser judeus é apenas mais um ato de vitimismo dos assassinos de mulheres e crianças.

O texto de Susskind se torna cômico no próximo parágrafo:

“Esses fatos fazem ressoar perguntas da jornalista Pilar Rahola, ex-deputada da Esquerda Republicana da Catalunha. Sobre Israel, ela pergunta, num de seus artigos:

— Por que, de todos os conflitos no mundo, apenas esse lhes interessa? Por que um país minúsculo que luta para sobreviver é criminalizado? Por que todo o povo de Israel é reduzido a uma simples massa de imperialistas assassinos?”

Poderíamos responder com outra pergunta: por que de todos os genocídios do mundo, apenas o cometido contra judeus há quase um século interessa? Acaso não houve o genocídio armênio? O genocídio em Ruanda?  Hitler não cometeu um número muito maior de assassinatos contra os eslavos? Por que somente os judeus teriam carta-branca para tudo o que fosse feito oito décadas depois?

A ideia de que há muitos conflitos no mundo e que, por isso, deveríamos ficar quietos já desmascara que se trata de um crime enorme que eles tentam esconder.

Fora isso, “Israel” não é um país, mas sim, um exército de ocupação em outro país. Portanto, não é um país lutando para sobreviver, mas um exército lutando para assassinar, principalmente mulheres e crianças.

O colunista insiste:

“— Por que, quando Israel é o único país do mundo ameaçado de extinção, também é o único que ninguém considera vítima?”

Interessante, pois, quem diz que vai eliminar outro país é justamente “Israel”, com o ministro das Finanças de “Israel”, Bezael Smotrich, já tendo declarado que cerca de 400 mil palestinos já foram mortos e que faltaria ainda 1,8 milhão para se terminar a limpeza étnica em Gaza.

Por fim, o propagandista do assassinato de mulheres, crianças e idosos, diz o seguinte:

Muitos não são vítimas, nem perpetradores de absurdos, mas meros ‘observadores’. Na Europa foram ‘isentos’ durante o Holocausto; testemunharam episódios racistas e antissemitas, mas foram passivos, indiferentes à escalada da perseguição. Teremos nós, nesta geração, a culpa moral e a responsabilidade por sermos meros ‘espectadores’?

No caso, nós dizemos que Marcos L. Susskind não é apenas um observador calado. Se trata de um propagandista do genocídio, como os propagandistas nazistas que tentavam justificar o extermínio dos judeus na Alemanha.

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Last Update: 02/07/2025