Na última quarta-feira (14), a Universidade de Nova York (NYU, na sigla em inglês) reteve o diploma de Logan Rozos, estudante da Escola Gallatin, após ele condenar o genocídio em Gaza durante seu discurso de formatura. Rozos, formado em Crítica Cultural e Economia Política e membro da Trupe de Teatro Gallatin, foi escolhido por colegas para discursar, mas enfrentou represálias por criticar as ações da ditadura sionista e a cumplicidade dos Estados Unidos.
A NYU justificou a medida como violação das regras da instituição, alegando que Rozos mentiu sobre o conteúdo de seu discurso. A repressão reflete um ataque aos estudantes que defendem a causa palestina e a proteção da burocracia universitária aos interesses sionistas.
Na ocasião, Rozos declarou: “ao buscar em meu coração hoje para me dirigir a todos vocês… a única coisa apropriada a dizer neste momento e para um grupo tão grande é um reconhecimento das atrocidades que acontecem atualmente na Palestina”. Ele acusou os EUA de apoiar “política e militarmente” o genocídio, financiado por impostos norte-americanos, recebendo aplausos de parte do público e de alguns professores, embora também tenha enfrentado vaias.
O porta-voz da NYU John Beckman, afirmou: “a universidade está retendo seu diploma enquanto buscamos ações disciplinares”, lamentando que “o público tenha sido submetido a essas observações”. A biografia de Rozos foi removida do sítio da Gallatin na última quinta-feira (15).
A repressão ocorre em meio à ofensiva do governo norte-americano contra manifestações pró-Palestina, com a administração Trump pressionando universidades a coibir tais atos, sob ameaça de cortes de financiamento. Segundo o jornal norte-americano New York Times, em matéria publicada na última quinta-feira (15), a NYU foi citada pelo Departamento de Justiça por “incidentes de antissemitismo”, termo usado para rotular críticas à ditadura sionista.
O Conselho de Relações Islâmico-Americanas defendeu o discurso de Rozos, exigindo a liberação de seu diploma, e classificou as ações disciplinares como “traição às liberdades americanas”. Já a Liga Anti-Difamação elogiou a NYU por sua “forte condenação”.
A atual campanha genocida do sionismo contra Gaza foi iniciada após a operação Dilúvio de Al Aqsa, liderada pelo Hamas em outubro de 2023 e responsável pela captura de 251 prisioneiros, pegos para que fossem trocados por reféns palestinos sequestrados por “Israel”. A ação israelense resultou na morte de mais de 53 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.
Em 2024, a NYU abriu 180 processos disciplinares contra estudantes e professores ligados a protestos pró-Palestina, conforme o jornal estudantil Washington Square News. Casos semelhantes, como a detenção de ativistas palestinos em universidades como Columbia, mostram um padrão de repressão.
A decisão da NYU de punir Rozos revela o alinhamento das universidades norte-americanas com os interesses da ditadura sionista, que usa acusações de “antissemitismo” para censurar opositores do genocídio em Gaza. Como outras potências imperialistas, os EUA se arvoram como um país defensor da “democracia”, porém agem como uma ditadura sionista escancarada, reprimindo estudantes e protegendo a burocracia universitária que serve aos interesses do imperialismo e do enclave imperialista, enquanto o povo palestino enfrenta extermínio.