Um relatório divulgado pela Universidade de Telavive, no final de abril de 2025, afirma que o “antissemitismo” estaria em ascensão no Brasil e em outros países, utilizando dados próprios para justificar uma campanha de repressão contra o movimento pró-Palestina. O documento, elaborado por centros de pesquisa ligados ao sionismo, alega que, mesmo com uma leve queda nos números em relação ao final de 2023, os casos de hostilidade contra “judeus” permaneceriam em “níveis historicamente elevados”.
Segundo o estudo, o Brasil registrou 1.788 incidentes antissemitas em 2024, um aumento em relação aos 1.410 de 2023. A Confederação Israelita do Brasil (CONIB), entidade alinhada com o governo israelense, é citada como fonte principal, sem qualquer verificação independente. Países como Austrália, Itália e Canadá também aparecem com números inflados, sugerindo uma suposta “onda global de ódio”.
O que o relatório israelense convenientemente omite é que a grande maioria desses “incidentes” não se trata de ataques contra “judeus”, seja por sua religião ou origem, mas sim de protestos legítimos contra o genocídio em Gaza. Desde o massacre iniciado por “Israel” em outubro de 2023, que já matou mais de 40 mil palestinos, milhões ao redor do mundo saíram às ruas para exigir um cessar-fogo e o fim da ocupação sionista.
A estratégia do lobby israelense é clara: classificar qualquer crítica a “Israel” como “antissemitismo” para silenciar não a oposição interna, mas as críticas ao enclave imperialista no Oriente Médio. Quando manifestantes gritam “Palestina livre” ou denunciam os crimes de guerra do regime de apartheid israelense desde sua origem, a máquina de propaganda sionista os transforma em “inimigos dos judeus”. Essa falsa equivalência serve, por um lado, para manipular a opinião pública, enquanto no âmbito institucional do imperialismo age para proteger o Estado de “Israel” de suas responsabilidades perante o direito internacional.
O relatório não se limita a espalhar alarmismo. Ele também ataca governos por não reprimirem com suficiente vigor os movimentos pró-Palestina, exigindo maior criminalização de protestos. Em cidades como Nova Iorque, Toronto e Londres, o estudo reclama que “menos de 10% das denúncias resultaram em prisões”. Ou seja: o objetivo não é proteger judeus, e sim perseguir pessoas comuns, trabalhadores, que ousarem acusar o nazismo sionista daquilo que verdadeiramente é.
A Universidade de Telavive, logicamente financiada pelo Estado israelense, não é uma fonte neutra. Seu “relatório anual” é uma ferramenta política, usada para pressionar governos estrangeiros a adotarem leis repressivas – como as que já existem na Alemanha e na França, onde palestinos e seus apoiadores são frequentemente censurados e presos.