Dois estudantes palestinos de Gaza denunciam que a Universidade da Ilha de Vancouver os suspendeu por sua participação no acampamento de solidariedade à Palestina em 2024, apesar da promessa da universidade de não punir os manifestantes enquanto os protestos estavam em andamento.
O acampamento liderado por estudantes, que foi reprimido em 18 de agosto por ordem judicial, exigia que a universidade divulgasse uma declaração condenando o genocídio em Gaza, revelasse todos os seus investimentos, fechasse a unidade do Starbucks no campus e abrisse uma investigação sobre um incidente em que bolsas de estudantes muçulmanos teriam sido revistadas sem consentimento.
Em maio, a presidente da UIV, Deborah Saucier, divulgou uma atualização para a comunidade, afirmando que a universidade estava comprometida em não punir os alunos pela participação no acampamento, que ainda estava em curso.
Sara Kishawi, que foi uma das líderes do acampamento e ré no processo civil da universidade, agora alega que, como retaliação aos protestos, a universidade a suspendeu por dois anos e suspendeu outro estudante palestino por um ano.
Em entrevista ao News Bulletin, Kishawi destacou que a universidade optou por suspender dois estudantes palestinos, mesmo quando o acampamento chegou a ter mais de 35 manifestantes de diversas origens.
“Quando a VIU disse isso e depois decidiu punir as duas mulheres palestinas que também são muçulmanas, isso realmente mostra quais são os objetivos deles e o que estão tentando fazer“, afirmou ela. “Não houve qualquer tentativa de resolver isso com os estudantes, nem de ouvir quais eram suas preocupações”,
“Pelo que vejo agora, há um bloqueio no meu acesso aos registros acadêmicos por dois anos, então não posso acessar meus históricos online ou qualquer outra informação“, disse ela. “Parece que a UIV quer mandar um aviso a outros estudantes que ainda estão matriculados: se não ficarem em silêncio e não deixarem de lutar pelo que é certo, essa é uma possibilidade e é até onde a UIV está disposta a ir”.
O Comitê de Professores e Funcionários da VIU para os Estudantes da Palestina pediu à administração da universidade nesta semana que respeite a declaração anterior de anistia para os participantes do acampamento, revogue as suspensões e peça desculpas aos dois estudantes “pela discriminação e dificuldades que sofreram”.