Unidade é a chave para vencer os interesses financeiros

Uma das principais condições para que qualquer grupo de trabalhadores possa alcançar vitórias em suas campanhas e manifestações é a sua coesão.

A categoria bancária, apesar de ter uma Convenção Coletiva de Trabalho e participar de uma mesa única com a Fenaban, os métodos de luta das suas direções sindicais, nas campanhas salariais e no dia a dia do sindicato, têm sido a fragmentação da luta dos trabalhadores bancários.

De fato: o que caracteriza a força dos banqueiros e dos capitalistas é justamente a sua unidade nas suas organizações políticas, econômicas e estatais, que sempre atuam em uma mesma frente. Em compensação, a classe trabalhadora está sempre dispersa, sem coordenar suas ações e, portanto, é sistematicamente derrotada pela burguesia.

Embora se condenem a falta de coesão dos trabalhadores, essas queixas não resultarão em nada. É preciso considerar a realidade, agir na luta com base na relação de forças existentes, compreender todas as causas da dispersão das organizações dos trabalhadores. Os trabalhadores sempre aspiram à coesão de ação, mas não podem construí-la sobre o terreno da colaboração de classes.

A Convenção Coletiva de Trabalho dos bancários, que abrange toda a categoria nacionalmente, cujas pautas de reivindicações são aprovadas na Conferência Nacional, o que se verifica na realidade é que os métodos de luta das suas direções sindicais é fragmentada entre bancos públicos, privados e regionais, e, por conta dessa política, a unidade da categoria na luta é apenas uma farsa. A divisão somente enfraquece a categoria bancária e, consequentemente, evita um confronto generalizado com os banqueiros e, portanto, acaba impondo acordos rebaixados que são defendidos pela burocracia sindical cuja alegação acaba sempre sendo a mesma: a tal da “correlação de forças”, ou seja, que a categoria está desmobilizada, etc.

A possibilidade de barrar a política dos banqueiros de arrocho salarial, demissão em massa, terceirização, etc. depende diretamente da coesão da categoria.

É mais que evidente que uma questão central para os bancários é a unificação da categoria num amplo processo de mobilização, que se expresse num verdadeiro programa de luta da categoria, ou seja, a luta por um salário que corresponda às reais necessidades dos bancários, a estabilidade no emprego, etc.

A unificação da categoria deve superar as velhas campanhas burocráticas. A mobilização dos trabalhadores deve ter como eixo a realização de grandes assembleias presenciais e encontros nacionais de bancários com ampla participação da base, a criação de comitês de lutas e de greve em cada local de trabalho, eliminando os filtros usados pela burocracia, colocando a luta sob o controle dos trabalhadores.

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